O líder sindical e agente penitenciário do Acre, José Janes Gomes, comentou as declarações do diretor do Instituto Penitenciário do Acre (Iapen-AC), Lucas Bolzoni, a um site local. O novo diretor do Iapen pretende restringir para apenas uma vez por mês a visita de parentes dos reeducandos, além de suspender visitas íntimas e a retirada de aparelhos de TV e rádios das dependências dos presídios acreanos.
Na visão de José Janes Gomes é preciso que o Estado promova concurso público para suprir a demanda. Ele pontuou que “fica desumano o agente penitenciário estar de frente para um pavilhão com 700 detentos. Se der uma rebelião, quem vai pagar essa situação é o agente que está lá no presídio. A primeira cabeça que vai rodar é ele”, afirma o sindicalista.
José Janes frisou que no presídio Antônio Amaro Alves a medida pode ser implementada, isso porque são apenas dois presos por cela. Contudo, no Francisco D’Oliveira Conde, a ideia poderá não trazer o retorno esperado pelas autoridades de Segurança Pública do Estado.
“Não temos agentes suficientes para essa situação. Tem quatro ou cinco agentes cuidando de 700 presos e na hora que você proibir a entrada de visita íntima, a cadeia vai girar, os caras estão tudo doido e o que vai acontecer: os presos vão fazer rebelião. No Antônio Amaro Alves dá pra fazer, mas na FOC já fica inviável”, destaca.
Ele teme que a medida, se executada, possa repousar na conta dos agentes. “Começarão a matarem agentes novamente, vai morrer agente”, alerta José Janes. E acrescenta sobre a situação atual: “em um pavilhão desses ficam dois agentes efetivos e três provisórios. Não têm condições. Tem 100 agentes provisórios que eles não podem nem ter armas, devido à legislação”, salienta.
JOSÉ PINHEIRO