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Mão de obra de presos deve gerar economia aos cofres públicos do Acre

Cerca de 500 reeducandos estão trabalhando desde a semana passada na limpeza de ruas, calçadas e praças dos municípios acreanos. A medida é resultado da parceria entre o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), prefeituras e Secretaria Estadual de Infraestrutura.

Apesar de não saber precisar o valor, o diretor do Iapen, Lucas Gomes, afirma que a medida provocará economia de gastos públicos com esse tipo de serviço. Além disso, a iniciativa garante a ressocialização dos presos.

“O primeiro objetivo é retirá-los da ociosidade e também para a ressocialização, oferecendo para esses apenados, quando eles saírem, uma perspectiva de trabalho. Algo que eles possam ter como alternativa ao crime”, explicou.

Ao todo, o Estado possui dez penitenciárias, que, somando com o sistema de monitoramento, atende cerca de 7,5 mil presos. Cada detento custa mais ou menos R$ 2,7 mil aos cofres públicos, sendo que a cada dez presos, sete são reincidentes. Mais da metade dos detentos tem entre 18 e 25 anos e possui o ensino fundamental incompleto.

Segundo Gomes, os presos que estão trabalhando são do regime semiaberto e do regime fechado. Estes, porém, são selecionados a partir de alguns requisitos, como explica o diretor.

“Os que são de regime fechado são aqueles que já estão no final da pena, são presos que tem menor potencial de fuga.”

Questionado sobre a possibilidade de fuga dos detentos, o diretor afirma que todos são escoltados até o local de trabalho e também durante as atividades. “Claro que pode haver fuga, mas são presos que já cumpriram boa parte de suas penas e que, por isso, têm menor potencial de fuga”.

Iniciativa aprovada

A repercussão da notícia nas redes sociais foi grande. A medida foi aprovada pela maioria dos internautas, além de ter sido elogiada por políticos.

O advogado Gabriel Santos parabenizou o Governo do Estado pela iniciativa. “Tem muita mão de obra dentro dos presídios vivendo à custa da população que trabalha. Sempre defendi o trabalho como meio de ressocializar o apenado e diminuir os impactos do crime que cometeu prestando um serviço à sociedade”.

Em sua rede social, o vereador Emerson Jarude aprovou a medida de utilizar a mão de obra dos presos.

“Excelente ideia! Acredito que vão escolher os presos que estão próximos de conseguir progressão de regime, com registro de bom comportamento carcerário, pois, caso tentem fugir e não consigam, podem perder o benefício e ficar mais tempo no regime fechado.”

Jarude acredita que a maior dificuldade será na escolta dos presos devido ao efetivo insuficiente de agentes penitenciários.

“Mais um motivo para ter concurso, já que temos proporcionalmente a maior população carcerária do País”, acrescentou.

Foto/Divulgação-Iapen
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