Ao assumirem em fevereiro, os deputados estaduais escolherão a nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para os próximos dois anos. O nome do deputado estadual reeleito, Nicolau Júnior (Progressista) parece ser ponto pacificado entre a maioria dos parlamentares para presidir a Aleac.
Mas, a primeira-secretaria, uma espécie de tesouraria do Poder Legislativo, responsável por gerir as despesas, ainda dará muito ‘pano pra manga’, isso porque ainda não há consenso entre os deputados quanto aos nomes propostos. E, ao que tudo indica, a disputa será no voto.
Pelo menos três nomes devem disputar a Primeira Secretaria. Roberto Duarte Júnior (MDB), Luiz Gonzaga (PSDB) e Wendy Lima (PSL). Em entrevista ao jornal A Gazeta, os três parlamentares falaram a respeito do assunto. Sem dar maiores detalhes das discussões nos bastidores, eles se limitaram a dizer que buscam um consenso que envolverá muito diálogo e negociações a respeito do assunto.
O emedebista Roberto Duarte Júnior disse foi claro em suas propostas. Ele pretende aproximar a Assembleia Legislativa dos acreanos e para isso deve reativar o projeto que garante as sessões itinerantes nos municípios. O modelo já foi utilizado nas gestões de Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Élson Santiago (PTC) quando presidiram a Casa. A medida teve grande aceitação popular.
“Estamos disputando a primeira-secretaria, conversando com os deputados, mostrando as nossas propostas de trabalho, principalmente sobre o fortalecimento do Poder Legislativo e também da necessidade de levarmos o Poder Legislativo mais próximo da população, inclusive com sessões itinerantes no interior, levando mesmo a Assembleia para perto da população. E, além de defender os direitos e as obrigações dos deputados, defender o Poder Legislativo, mostrar que nós somos um poder forte”, pontua Duarte.
Sessões itinerantes e mais transparência defende Duarte
Roberto Duarte acrescentou que outra meta de sua gestão, se eleito, é tornar os atos da Aleac mais transparentes. Para isso, ele deve inovar e implantar no Portal da Transparência o Diário Oficial do Poder Legislativo na internet, como já acontece com o Diário Oficial do Estado (DOE).
“Pretendemos moralizá-la e deixa-la transparente. Nós temos o Diário Oficial da Aleac, mas a colocação dele no Portal da Transparência seria importante também”, salienta.
Ao finalizar a entrevista, Roberto Duarte disse que sua candidatura é fruto de conversas com todos os deputados e sua intenção é que todos se sintam representados. “A gente conversou com muitos deputados e estamos viabilizando a nossa candidatura. Ela não é uma candidatura minha. Ela não é uma imposição, mas ela é uma candidatura que foi colocada no processo democrático. Então não é uma candidatura pessoal. É uma candidatura de um grupo que quer uma mudança”.
Os tucanos estão na briga
Já o deputado tucano Luiz Gonzaga aposta na experiência administrativa e de parlamento para convencer os colegas parlamentares que pode, sim, ser o primeiro-secretário da Aleac. Ele destacou que vem trabalhando pela unidade e acredita ser possível um consenso em torno de seu nome e afirmou não ter motivos para abrir mão do cargo na Mesa.
“Não tenho motivos nenhum pra isso. É um direito meu, regimental. Eu sou um administrador. Eu tenho experiência administrativa, eu fui o responsável pela arrecadação da Justiça Federal no Acre por cinco anos. Estou no meu quinto mandato. Estou pronto para contribuir com a Assembleia Legislativa do meu Estado. Aqui na Aleac sempre trabalhamos pela unidade. Tanto que nos últimos anos houve apenas uma única chapa e a gente está trabalhando pra isso”, destaca.
Luiz Gonzaga diz que a sociedade acreana espera mais da Assembleia Legislativa e para isso é necessário que seja eleita uma Mesa Diretora forte capaz de entender o recado que vem do povo. “Ninguém precisa brigar, precisamos construir e colocar aqueles que têm mais experiências nos lugares certos para a Aleac poder realmente funcionar. A gente precisa dar uma reposta para a sociedade. A sociedade acreana está confiante. Então, a gente tem que formar uma Mesa que tenha a capacidade de fazer isso”, ressalta o tucano.
PSL quer mais espaço
Com a eleição do presidente da República Jair Bolsonaro, o PSL cresceu em todo o País e no Acre não é diferente, almejando mais espaços, o Partido lançou o nome do deputado reeleito Wendy Lima para buscar a primeira-secretaria da Aleac. Ao comentar sobre sua candidatura, o parlamentar acrescentou que está buscando apoio para viabilizar sua candidatura. “Está muito bom a nossa candidatura. Está todo mundo aqui na tranquilidade. Coloquei meu nome, meu nome foi pedido. Nós estamos correndo”, destaca.
Ao ser questionado, se caso desistisse da candidatura, qual dos colegas apoiaria, ele foi enfático: “o Luiz Gonzaga, com certeza”.
Nos bastidores do Poder, o que se comenta é que a candidatura de Wendy Lima é uma dobradinha com Luiz Gonzaga para dividir os votos e assim Roberto Duarte não alcançar o número de votos suficientes para ser eleito.