Ao lado do senador Jorge Viana, o deputado federal Raimundo Angelim (PT) falou com a imprensa, na manhã de ontem, 29, a respeito do seu mandato em Brasília, que termina no próximo dia 31. Angelim disse que sempre buscou fazer um mandato técnico e antenado às discussões nacionais e às questões locais.
“Fizemos um mandato técnico como é o meu perfil, sem disse me disse, sem apontar o dedo para ninguém, focando nos interesses nacionais e locais. Eu não fui para Brasília para fazer proselitismo político e para bater selfies com autoridades. Eu fui pra trabalhar”, destaca o parlamentar.
Falando ainda a respeito de sua trajetória, Angelim frisa que se orgulha de sua vida pública. “Eu ando em qualquer varadouro, qualquer beco dessa cidade de cabeça erguida com a sensação do dever cumprido. Fui oito anos prefeito de uma cidade complexa para administrar, quatro anos deputado federal. Não me arrependo de nada que fiz. Não tenho processo, nem denúncia circulando em lugar nenhum”, destaca.
Ao falar sobre as últimas eleições, ele explicou os motivos que o levaram a desabafar a respeito do ‘boicote’ que sua campanha sofreu frente a outras candidaturas dentro do Partido dos Trabalhadores e citou a Democracia Radical como líder desse movimento.
“Eu sai extremamente magoado, realmente, não com pessoas individuais, mas com o sistema de como trataram a minha candidatura. Eu considerei uma falta de respeito a minha história de vida. Essa falta de respeito veio de grupos dominantes que é a Democracia Radical. Em algum momento, nós temos que desabafar e eu percebi durante a campanha que estava havendo uma certa desconstrução da minha candidatura que diziam assim: o Angelim já está velho, o Angelim já ganhou”, completa.
Angelim disse também que a derrota do PT no Acre em outubro passado “têm culpados e muitos”. O deputado petista acrescentou esperar que a sigla faça uma avaliação consciente, sem paixões, buscando reconhecer erros.
“O PT, em algum momento, espero que não demore muito, ele tem que fazer uma autoavaliação corretíssima, sem apontar os dedos para ninguém. Sem buscar culpados, mas discutir todas as falhas e os erros, que foram muitos. Muitos erraram capitaneados por poucos. Estou aguardando que em algum momento haja essa avaliação correta. Acho inoportuno o que fizeram recentemente. Já elegeram uma nova direção”, relata.
Em relação ao seu futuro político, Angelim destacou que pretende permanecer na política. Para ele, não se faz política apenas com mandato, mas, sim, estando próximo da militância e das pessoas. Ao falar sobre o governo de Gladson Cameli no Acre e Jair Bolsonaro, na Presidência da República, ele foi cauteloso e afirmou que ainda é cedo para qualquer crítica.
“Acho que deveríamos dar um tempo para que o governo estadual e Governo Federal mostrem a que vieram. Eu tive isso da imprensa, eu tive isso da oposição, o Jorge teve. Eu só vou me manifestar dando opiniões a respeito do governo estadual e federal depois dos 100 dias. Eu estou torcendo para que dê certo porque eu sou brasileiro, sou acreano do pé rachado e quero que dê certo, claro”, encerra.