Empresários peruanos estiveram reunidos com o governador Gladson Cameli (Progressistas) e o senador Márcio Bittar (MDB) na tarde desta terça-feira, 8, para iniciar as tratativas sobre o intercâmbio comercial bilateral entre o Brasil e o Peru, através do Acre, que poderá iniciar com 120 voos mensais para transporte de carga de Cruzeiro do Sul a Pucalpa, no país vizinho.
“Esta parceria tem tudo a ver com o que defendemos. É uma prioridade que defendo desde quando fui candidato ao governo, na campanha de 2014 e que repetimos agora. O governador, com o nosso apoio, eu como senador e da nossa bancada, vai ter o privilégio de iniciar esse comércio que só será ampliado, a depender de nós. Como eu digo há anos é a porta do futuro para o Acre”, disse Bittar.
Já o governador Gladson Cameli acrescentou que o Acre está pronto para o desenvolvimento e acredita no apoio do governo federal para isso.
“É um passo para que realmente esse sonho saia do papel e venha para a realidade. Temos que acabar é com a burocracia no Brasil, para que quem quiser investir, invista. Com a nova linha do governo federal, que é deixar trabalhar quem quer trabalhar, que é semelhante a nossa, não tenho dúvida que vai dar certo. Irá aquecer nossa economia e isso é o que mais importa, pois vai gerar emprego.”, avaliou.
Segundo o acordado na reunião, em Brasília, o futuro senador Márcio Bittar deverá, articular junto à Policia Federal, à Receita Federal e ao Ministério da Agricultura as providências necessárias para que a atividade seja regularizada.
Uma delas é que a Receita Federal instale um posto alfandegário no aeroporto de Cruzeiro do Sul, já que o comércio deverá ser realizado, inicialmente, por meio de um avião cargueiro 747-400, de propriedade da Perbraholding, empresa peruana representada pelo empresário Alejandro Salinas.
“Eu acredito que a questão da Receita Federal não será problema. Faremos o que for preciso. Essa notícia de que o fertilizante é mais barato é absolutamente animadora.”, acrescentou Bittar.
Inicialmente, a empresa peruana pretende transportar o gado do Acre, e outros produtos como açaí, madeira, castanha, guaraná e frutos da Amazônia para cosmética. Em contrapartida, deverá trazer como importação produtos hortifrúti como alho, cebola, uva, frutos do mar e fertilizante de soja.
Viabilidade
O empresário acreano João Passos, um dos articuladores da iniciativa explicou que o transporte será feito de Cruzeiro do Sul a Pucalpa, no Peru, num trajeto que tem a duração média de 18 a 20 minutos, de avião, cujo frete é barato e, portanto, viável. Com a população estimada em 500 mil habitantes, segundo ele, só nesta cidade a demanda é grande por consumo da carne produzida no Brasil que, depois da regulamentação da proposta, será processada e embalada no Acre, antes de ser exportada.
Já o empresário peruano Alejandro Salinas, da Pebraholding, garante que a logística disponível pelo Pacífico viabiliza maior facilidade ao comércio do Brasil com o mercado asiático. Ele reitera que somente nesta iniciativa, deverá disponibilizar 120 voos por mês e que o transporte aéreo até Pucalpa e de lá para os portos peruanos, estarão à disposição de qualquer importador ou exportador que tenha interesse na transação comercial com o Peru e com países que tem litoral com o Pacífico.
“Quem quer exportar do Acre vai chegar até a China, por exemplo, com menos dias de viagem do que exportando pelo Atlântico, por onde são cinco dias de caminhão até o porto e dali mais 19 ou 20 dias até o Pacífico. Saindo de Cruzeiro do Sul são menos de 24 horaS para se chegar no porto e dali tem navios saindo diariamente para a China. Fizemos um estudo e achamos Cruzeiro do Sul, estrategicamente, excelente para essa logística.”, explicou. (Lamlid Nobra / Do site Contilnet)