Aproximam-se os dias do feriado de carnaval e muitos cristãos se perguntam como devem aproveitar bem esses dias de feriado prolongado. Vivemos em uma sociedade em que as pessoas buscam a felicidade em situações que proporcionam somente sentimentos passageiros e artificiais, esquecendo-se de que a fonte da verdadeira alegria vem de Deus.
Mas fica a pergunta: será que eu posso correr atrás de um trio elétrico? Posso desfilar em algum carro alegórico? Enfim, são muitas perguntas. Por isso, neste artigo, podemos fazer uma reflexão juntos sobre este momento de alegria e esclarecer o verdadeiro sentido do carnaval e como bem aproveitá-lo. Não vamos nos deter em discussões sobre a origem da festa ou sobre a etimologia da palavra, mas sobre nossa postura diante do que nos é apresentado hoje.
O termo Carnaval advém, dentre várias interpretações, de “carne vale” que significa “adeus carne” ou “despedida da carne”, pois que permitido o consumo de carne no tríduo que antecede a quarta-feira de cinzas, marco da Quaresma (período durante o qual é recomendada a prática da penitência e abstinência de carnes vermelhas) até a chegada da Semana Santa.
O carnaval é momento festivo, mas não devemos nos esquecer de que a verdadeira alegria está em Cristo. Por essa razão, a Igreja procura fazer desta festa cultural um momento de grande alegria e louvor ao Senhor realizando em muitas comunidades e paróquias nas Dioceses, momento de retiro no período de carnaval.
Mas volto a pergunta: como passar o carnaval? Para onde ir? Que lugares frequentar? O que posso fazer para me divertir? São muitos caminhos, a escolha é sua. Como podemos discernir isso?
E esses questionamentos fazem parte da vida de muitos jovens na hora de saírem para se divertir com os amigos. Eles são os mais atraídos e convidados para participar dos blocos e festas de carnaval e, muitas vezes, fazem isso por falta de opção e porque ninguém os convidou para um programa diferente, pois temos medo da Evangelizar nossos jovens, onde sabemos que a mensagem do mundo é muito mais forte em alguns casos, quando vemos jovens neste período, diante do apelo à sexualidade, à promiscuidade, ao exagero com bebidas alcoólicas e, em consequência disso, à embriaguez.
Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas e nós católicos? Como devemos nos comportar no Carnaval? Bem, quer se fantasiar ou se divertir? Ok! Mas faça isso com decência! A capacidade de sentir sabores, ter sensações, o riso, a dança, a celebração, a sociabilidade. Tudo isso é lícito perante a lei do Senhor e agrada muito a Ele ver Seus filhos podendo desfrutar a felicidade nessas formas. Mas lembre-se do fato, de que boa parte das festas de Carnaval hoje em dia são impróprias para um filho de Deus, como citei antes.
Em outras palavras, você não precisa andar quase pelado(a) pra se fantasiar. Nem tampouco precisa embarcar no clima geral de “pegação” e bebedeira dos blocos de rua. Tampouco beber para dizer que é “descolado”. É o mesmo critério de quando se vai pra balada ou pra festa de final de ano, quando há relatos em muitos casos, de exageros de drogas, bebidas e etc.
Divertir-se não é pecado nenhum. Fantasiar-se menos ainda. Os pecados que podem ser cometidos no âmbito das festas de Carnaval são os mesmos que podem ser cometidos todos os dias, e eles só dependem de uma coisa: da sua liberdade! Claro, que no Carnaval, a tentação tende a ser maior, mas cada um sabe até onde aguenta. Não é diferente no nosso dia a dia. O tempo todo temos ocasiões de pecado. Por isso, é que precisamos andar de olhos abertos, atentos a toda a realidade. Devemos ser vigilantes o tempo todo. Devemos principalmente ser fiéis aos critérios e valores que a Igreja nos dá para viver a vida.
Então, se você quer ir a um retiro de sua comunidade de fé, vá (certamente essa é uma decisão mais virtuosa e que favorece mais o caminho de santidade). Se você quer ficar em casa, fique. Se quiser ir para fazenda, chácara ou colônia, vá. Se você quer se divertir no bloco, divirta-se, ou mesmo passear com sua família e amigos para ver a movimentação na cidade, vá. Mas em todas as coisas que você faça, não se esqueça: seja livre, sem esquecer dos seus limites, valores e principalmente do que dá sentido a todas as coisas: Jesus Cristo!
Por hora, deixo como reflexão as palavras de São Paulo: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma”. (1 Cor 6,12).
Desejo um abençoado carnaval para os foliões e um excelente inicio de Quaresma! Paz e Bem.