O clima esquentou entre os deputados Roberto Duarte (MDB) e Gehlen Diniz (PP), durante a sessão de quarta-feira, 20, na Aleac. O motivo da briga foi o Decreto 536, do Governo do Estado, que trata da tomada de preços em processos licitatórios.
O debate foi puxado por Duarte, que, na oportunidade, retrucou a fala do progressista na sessão de terça-feira, 19. Gehlen tinha “acusado” o emedebista de criticar o decreto, todavia, sem apontar qual parte dele é prejudicial. Diniz insinuou, ainda, que Roberto defendesse os empresários, quando deveria defender o povo.
Visivelmente irritado, o emedebista falou que afirmação de Gehlen era leviana. “No momento em que defendo os empresários, defendo também a população, pois são eles que pagam impostos e, consequentemente, geram emprego e renda”, disse ele, ao cobrar ainda a presença da equipe econômica do governo na Casa do Povo para tratar sobre o decreto de forma mais detalhada.
“Eu expliquei aqui porque sou contrário ao decreto. Não faço politicagem (…) Traga a equipe econômica aqui e, se me convencerem que o decreto é bom para o Estado, subirei a esta tribuna e, humildemente, pedirei desculpas”, justificou.
Em resposta ao pronunciamento de Duarte, o líder do governo reafirmou que o decreto é bom e que o emedebista estaria mentindo.
“Vou continuar dizendo que o decreto é bom. Qualquer pessoa busca pesquisa de preços para saber onde pode comprar com menor preço. Se o governo faz isso vai sobrar dinheiro para investimentos e, portanto, insisto que é melhor para a população”, falou, ao insinuar que Duarte só trabalhava mediante plateia. “Quero dizer a você, deputado, que eu não preciso de plateia para trabalhar. Não aproveito plateia ou oportunidade de alguns deputados”.
O clima voltou a ficar tenso quando o oposicionista Fagner Calegário (PV), ao usar a tribuna da Aleac, questionou também o decreto e reforçou que ele era prejudicial ao Acre. Contrariado, Gehlen chamou o colega parlamentar de ‘ridículo’.
Antes mesmo que o Calegário pudesse responder a ofensa, Roberto Duarte apontou o dedo para o líder do governo, o que reascendeu a discussão entre o emedebista e progressista. “Olha o tipo de líder que o governador Gladson tem. Você não vai nos levar no coice. Não vou descer ao seu nível”, disse Duarte.
Cinegrafistas foram retirados do plenário e os microfones foram desligados para não registrar as ofensas. Seguranças da Casa adentraram o plenário para evitar que os parlamentares trocassem agressões físicas.
A sessão foi suspensa a fim de se conter os ânimos entre os dois deputados.