X

Pedido de deputado do PTB para nomear esposa do petista Jackson Marinheiro gera mal-estar

Um pedido do deputado estadual Marcos Cavalcante (PTB) ao Governo do Estado, para nomear a enfermeira Tayle Maria Sena Dourado, esposa do ex-diretor da Emub, Jackson Marinheiro, acusado de desvios de recursos da empresa municipal, ampliou a tensão já existente entre o grupo do governador Gladson Cameli (PP) e do vice Major Rocha (PSDB).

A briga entre progressistas e tucanos, que vem se arrastando há uma semana, com trocas de notas das juventudes das duas siglas, ganhou um novo capítulo no domingo, 24. Irritado com o assunto, Major Rocha escreveu, em rede social que não conhecia Tayle Dourado, mas que a sua nomeação veio junto a um pacote de outras 50 nomeações. A maioria indicações de aliados políticos e deputados.

“Primeiro, é bom que se diga que não conheço e tampouco tive qualquer contato com essa pessoa. A nomeação em questão estava num pacote de mais de 50 indicações de parlamentares e, segundo informações do gabinete, teria sido encaminhada pelo deputado Marcus Cavalcante (PTB)”, escreveu.

Horas depois, Rocha editou a publicação e subtraiu o nome do parlamentar, que é primo de Marinheiro e irmão do prefeito de Feijó, Kief Cavalcante. Nos bastidores, comenta-se que a indicação de Tayle Dourado foi uma retribuição do deputado ao primo Jackson Marinheiro por ter coordenado sua campanha a deputado estadual em 2018.

As declarações do vice-governador não ficaram no vácuo. A resposta de Gladson Cameli (PP) veio logo em seguida. Gladson foi pontual ao rebater Rocha.

“O Rocha nem vai precisar falar comigo. No dia em que eu soube, já tornei o decreto da esposa do Marinheiro sem efeito”. E acrescenta: “Por mais que seja pedido de parlamentar, a determinação  é que valorizem as pessoas que tem currículo, que são aliadas. Já há uns 15 casos que estamos tornando sem efeito”, salientou o governador acreano.

O porta-voz do governo, Rogério Wenceslau, disse que Gladson Cameli está focado nos grandes temas do Acre, e enfatiza que as brigas entre progressistas e tucanos são “desnecessárias e inúteis”.

“O governador Gladson Cameli tem repetido que governa para as pessoas, não para partidos políticos”, diz Wenceslau.

Até a edição de ontem, 25, o Diário Oficial do Estado (DOE) ainda não constava nada sobre a anulação do decreto da nomeação de Tayle Maria Sena Dourado.

A Gazeta do Acre: