O Acre vive um novo momento em sua política. Aos poucos, o Estado ganha o cenário da política nacional de forma positiva. A alternância de poder é salutar em todos os aspectos. Nota-se que com a eleição do senador Marcio Bittar (MDB) e da deputada federal Mara Rocha (PSDB), o Estado começa a viver uma nova agenda: a da fronteira agrícola.
A vinda da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao Acre na próxima sexta-feira, 22, e as palavras do ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes, de promover a integração do Acre com o Peru ratificam isso. Feita essa breve contextualização, é necessário que o Governo do Acre crie as condições necessárias para aproveitar essa força que há em Brasília e capitanear recursos para serem investidos no Estado.
O Palácio Rio Branco precisa urgentemente sair do discurso “a culpa é do Tião”. O ex-governador Tião Viana não governa mais. A partir de agora é preciso que Gladson Cameli e sua equipe deem uma cara nova para o Acre, uma nova roupagem precisa ser vestida.
Dois pontos emergenciais que necessitam ser melhorados: Saúde e Segurança. A equipe vencedora, nas eleições de outubro passado, precisa dizer ao eleitor para que foi eleita. As ações de Saúde parecem ser frágeis, é preciso desafogar o Pronto Socorro de Rio Branco e isso deve ser pensando com os prefeitos no sentido de reforçar a atenção básica. A ideia até já foi sugerida na Câmara Municipal de Rio Branco pelo vereador Eduardo Farias (PCdoB).
Quanto à Segurança Pública, os índices não reduzem como o esperado. O acreano segue com o sentimento de insegurança. Mortes acontecem todos os dias, pessoas são presas. Parece que vivemos “mais do mesmo”. Essas duas áreas precisam de um verdadeiro choque de realidade.
No Acre, como tudo passa pela Assembleia Legislativa, então, ela acaba sendo o termômetro e a cara dos governos. O desentendimento entre parlamentares da base governista mostra o quanto o Acre precisa se alinhar à política nacional, aos grandes temas não só locais, mas do País.
Também é preciso fazer as discussões dos grandes temas e fugir do discurso meramente ‘politiqueiro’. Não se vê debates a respeito da Reforma da Previdência, por exemplo. Um ou outro parlamentar se afoita a entrar no tema. Vivemos a política do “disse me disse”.
Por fim, penso que a bancada federal do Acre tem que andar lado a lado com Aleac e o Governo na busca de soluções, respeitando, contudo, suas atribuições, sem interferências e sem subserviência.
*José Pinheiro é graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e milita na imprensa desde 2012.
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