“Amor é composto de atenção, carinho e responsabilidade”
Muita gente acredita que não tem qualquer poder de mudar o mundo. Pois eu entendo que é precisamente dentro da consciência de cada um que podem sobrevir as grandes luzes que propulsionam as transformações de que o planeta e a humanidade estão precisando.
E, para além das ideias brilhantes e altamente profícuas que, em seu tempo são silenciosamente maturadas no interior humano e eventualmente se manifestam na materialidade, há que se valorizar a potencialidade simples das situações cotidianas. Os fazeres de casa, o convívio com os semelhantes, o exercício da cidadania, a atitude no trânsito e a forma de interação com a natureza, por exemplo.
Na família, é fundamental que possa se estabelecer o ambiente adequado para o desenvolvimento saudável e feliz do indivíduo. Seu ingrediente fundamental é o amor – com toda a subjetividade e amplidão que essa substância traz.
Amor, sobretudo de pais para filhos, é composto de muitas facetas, especialmente atenção, carinho e responsabilidade. Entretanto, o exercício desses atributos demandam tempo e empenho dos genitores. O que nem todos têm disposição ou disponibilidade para oferecer.
Tal realidade é facilmente observada em reuniões de escola. Se você é do tipo que as frequenta, sabe que é bem pouca gente que comparece; com frequência, nem um quarto dos pais.
Nessas oportunidades, ouve-se muito os educadores, desapontados, dizerem: “Só vêm pra reunião os pais dos alunos que vão bem. Os pais dos alunos que mais precisam do acompanhamento deles não aparecem!”.
Um cenário de fato desalentador. Desfavorável para a criança ou o adolescente, porque que não está recebendo o cuidado necessário para sua boa formação.
Prejudicial também para a escola, porque pais ausentes dos seus deveres criam filhos desconectados do mundo, desmotivados, e aí, sem estudantes e pais participativos, a comunidade escolar se enfraquece, o que significa a perda de uma grande oportunidade de crescimento coletivo.
O fato de os pais não comparecerem às reuniões escolares é também nefasto para o desenvolvimento do país, porque, se um sujeito não recebe a dedicação de que precisa desde a infância, que tipo de cidadão ele será? É da família que emergem os profissionais, os empresários, os políticos e todos os cidadãos!
Pais e mães têm sim muito poder para construir um mundo melhor, preparando seres humanos mais íntegros e responsáveis.
Onides Bonaccorsi Queiroz é jornalista, escritora e autora do blog verbodeligacao.wordpress.com
E-mail: onides.queiroz@gmail.com