Com a informação da possível contaminação do açaí vendido nos últimos meses de 2018 e janeiro de 2019, no Mercado Municipal Elias Mansour, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) suspendeu a compra do produto neste semestre. A responsável pelo Departamento de Programas Complementares da SEE, Andréa Araújo, não confirmou que a suspensão tenha se dado em função do Chamamento Público feito pela Prefeitura de Rio Branco, mas também não descartou essa hipótese.
“A princípio, não temos previsão de compra de açaí. Certamente as nutricionistas avaliarão esta questão com cautela. Realmente não há previsão para este primeiro semestre”, explica.
Ela frisou, ainda, que o açaí fornecido às escolas não é ‘in natura’, ou seja, passa antes por um processo de pasteurização. Nesse sentido, ela acrescentou que o importante é resguardar a saúde dos estudantes. “O importante é que nossos alunos não sejam expostos a riscos. Após a veiculação de notícias quanto à contaminação, as responsáveis técnicas (nutricionistas) irão avaliar a viabilidade de comprar ou suspender o produto”, completa.
Já Secretaria Municipal de Educação (Seme), por meio da Coordenadoria da Gestão de Alimentação Escolar, informou que a aquisição do açaí para ser oferecido na merenda escolar de Rio Branco encontra-se em processo de licitação. Entretanto, por ser um produto de valor econômico elevado, a iguaria pode não ser adquirida.
“Só posso te afirmar se ele vai entrar ou não depois do processo licitatório concluso. Ele está no processo, faz parte, mas, pra ser sincera, a última vez que utilizamos foi em 2017, no primeiro semestre. Ano passado, em 2018, ele não fez parte da nossa pauta alimentar porque foi um item cotado a um preço fora da realidade de execução para o Programa de Alimentação Escolar. Você tem que considerar o valor nutricional, mas também financeiro, senão ele se torna inviável”, explica a nutricionista Fabíola Galo, da Seme.
O que diz a Acisa
Depois do presidente da Federação da Agricultura e Agronegócio (Faeac), Assuero Veronez, declarar uma queda na venda do produto, o presidente da Associação Comercial do Acre (Acisa), Celestino Bento, disse que a Associação ainda não contabilizou a redução na comercialização do produto. “Ainda não fizemos esse diagnóstico, mas acreditamos que atingiram mais à indústria”, pontua.
A estudante de Educação Física, Waléria Moura, disse que consumia o produto, mas, após a suspeita da contaminação, ela ficou receosa. “Fiquei meio com medo ao saber disso. Não gosto muito de açaí, mas, com isso, a preocupação aumenta”, considera Moura.
Assunto é discutido na Câmara
O assunto segue repercutindo. Na Câmara Municipal de Rio Branco, o vereador Mamed Dankar (PT) defendeu a certificação do produto. “A Secretaria fez um chamamento público para que os rio-branquenses. Isso não é o suficiente. Não foi a primeira vez que essa situação ocorreu e pode também não ser a última. Precisa-se intensificar a fiscalização e buscar novos meios de resguardar a população”, garante o vereador.
Complementado, o vereador Artêmio Costa (PSB) sugeriu a realização de uma audiência pública na próxima segunda-feira, dia 11, para discutir o tema. Ele defendeu uma fiscalização mais efetiva na venda do produto.