Um grupo de produtores de açaí da Capital se reuniu na manhã de quarta-feira, 6, com os vereadores de Rio Branco. O encontro teve como objetivo debater uma solução para a queda da venda do produto ocorrida após a Secretaria Municipal de Saúde divulgar a comercialização de açaí contaminado com o protozoário que causa a doença de chagas, no Mercado Elias Mansour.
Na ocasião, o comerciante Genival Rebouças destacou a importância de a prefeitura divulgar os locais em que constataram a contaminação por Trypanosoma cruzi. “Esse esclarecimento deve ser mais claro para não prejudicar todos os produtores e comerciante”, disse ao garantir ainda que o produto comercializado em seu estabelecimento passa pelo processo de branqueamento.
Na oportunidade, Rebouças pediu aos vereadores celeridade na elaboração de uma lei para regulamentar a comercialização do produto na Capital. Sugeriu ainda a criação de um selo de qualidade. “A gente precisa que os vereadores criem uma lei para nos ajudar, pois o prejuízo está grande demais. Estamos vendendo apenas 10%”, falou.
A vereadora Lene Petecão (PSD), presidente em exercício na sessão de ontem, reforçou o apoio do Poder Legislativo aos produtores e os convidou a se fazerem presentes na audiência pública que acontece na próxima segunda-feira, 11, no parlamento municipal, para debater o assunto.
O vereador Artêmio Costa (PSB), autor do requerimento para a audiência, reforçou o convite. “Precisamos com urgência de uma solução, tendo em vista que o que está em jogo é a estabilidade financeira de muitas famílias. Não podemos reprovar a atitude da prefeitura, pois era necessária, mas não podemos também deixar os produtores desamparados diante da proporção que se tornou esse assunto. Portanto, esperamos contar com a presença de todos na audiência pública”, disse ao lembrar ainda que a criação do selo de qualidade do produtor já foi suscitada pelo vereador Mamed Dankar (PT).
“O vereador Dankar, na sessão da última terça-feira, sugeria a criação do selo. Esse assunto também será debatido na próxima segunda, portanto, estejam aqui para dar contribuição de vocês”, falou.
Açaí pasteurizado – O vereador Jackson Ramos (PT), ao longo da reunião, chegou a sugerir a pasteurização do açaí como medida para evitar a possível contaminação do produto. Jackson reforça que muitos países já adotaram o processo para garantir a qualidade do produto.
“Existe dois processos que podem garantir a qualidade do açaí sem riscos ao consumo humano: o branqueamento ou a pasteurização. Aos produtores artesanais, o branqueamento [imersão em solução de hipoclorito] do fruto do açaí são mais comuns. Porém, muitos países já adotaram a pasteurização por entenderem que somente assim conseguirão garantir um produto adequado para consumo”, disse ao pontuar ser esse o momento de construir novas formas de produção.
“Acredito ser esse o momento de construir políticas públicas voltadas para a pasteurização do açaí. Embora seja uma ideia que ainda tenha certa resistência por parte dos produtores, mas o fato é que tanto os resguardará, como também aos consumidores. Vale lembrar que a doença de Chagas mata, portanto, temos que debater a melhoria na qualidade da produção de forma exaustiva.”