A estudante Sabrina, de 15 anos, continua sofrendo com dores de cabeça intensas, desmaios, convulsões e sangramentos. Os sintomas começaram a aparecer após ela tomar a primeira dose da vacina contra HPV, em 2014.
Assim como a jovem, outras 45 meninas padecem com reações após terem tomado a vacina HPV, no Acre.
Em agosto do ano passado, depois de diversas denúncias por parte das mães das adolescentes, uma equipe do Ministério da Saúde (MS) veio a Rio Branco para, juntamente com a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), iniciar a investigação clínica dos 46 casos.
Segundo a mãe de Sabrina, a autônoma Bruna Melo, até o momento as adolescentes não receberam nenhum diagnóstico.
“O Ministério da Saúde veio, disseram que iriam abrir portas nos hospitais de Ribeirão Preto, que iriam fazer essa ponte com o TFD, mas não fizeram absolutamente nada. Até agora não deram resposta de nada, nem medicação, nem suplemento, nem o aparelho que a médica está precisando. Nada mesmo”, apontou.
Inconformada, Melo conta que a rotina da filha em leitos de hospitais permanece a mesma. “Continuamos da UPA para o pronto-socorro como sempre. Queremos os laudos das adolescentes, queremos tratamento digno. Cadê os médicos prometidos pelo Ministério da Saúde? Se a vacina é 100% segura, então queremos um laudo sobre o que nossos adolescentes têm”.
Ao Jornal A GAZETA, a gerente da Divisão da Imunização e Rede de Frios, Renata Rossato, explica que para encerrar a investigação dos casos é necessário que os adolescentes realizem todos os exames solicitados – o que ainda não ocorreu.
“Desses 46 adolescentes notificados, não descartamos nenhum até o momento. Foram solicitados vários exames para serem realizados, e ainda encontra-se em pendência. Alguns exames não são realizados no Acre, por isso, todos os casos ainda estão em processo de investigação”, justificou.
Rossato garantiu que o Estado está acompanhando e prestando assistência a todos os adolescentes. Porém, a mãe de Sabrina afirma que a sua filha não está sendo assistida por nenhuma equipe específica.
A assessoria do MS informou, por telefone, que as investigações estão em andamento, mas até agora não há previsão para o encerramento das análises. A assessoria disse ainda que não deve se manifestar até a conclusão dos laudos.