Parlamentares acreanos discordam dessa medida
O texto da Reforma da Previdência enviado ao Congresso Nacional determina que homens e mulheres do campo se aposentem aos 60 anos de idade. Atualmente a regra prevê 60 anos para homens e 55 para mulheres. O documento deve ser analisado pelos deputados e senadores. As mulheres serão as mais penalizadas com o acréscimo de cinco anos para se aposentar.
Nesse sentido, A Gazeta conversou com lideranças políticas do Acre em Brasília. O primeiro-secretário do Senado, senador Sérgio Petecão (PSD/AC)) argumentou que o texto precisa ser melhor discutido e deve receber emendas antes da sua aprovação. Por outro lado, ele acrescenta que a Previdência Social no Brasil precisa desse novo ajuste para garantir equidade e igualdade entre as classes trabalhadoras.
“Tem alguns pontos da reforma que tem que ser melhor discutido. Mas eu percebo assim, tem um sentimento também de pessoas que estão preocupadas com o Brasil que tem que votar a reforma. A reforma está chegando agora lá no Congresso. É pra isso que existe o parlamento, para nós debruçarmos sobre ela e corrigir alguma desigualdade. Hoje no nosso País temos situações que não dá para aceitar. Tem uma classe altamente privilegiada e uma outra classe totalmente discriminada. Nós precisamos fazer essa discussão para que possamos fazer essa equiparação, senão equiparação , mas pelo menos diminuir essa desigualdade”, pontua.
Contrária à proposta, a deputada federal Mara Rocha (PSDB/AC) disse que a nova reforma penaliza o homem do campo. Ela explica que os agricultores, principalmente da agricultura familiar, não tem horário estabelecido para desempenhar suas atividades. Ela defende uma discussão ampla do Congresso.
“Agente tem olhado com muita atenção. O texto da reforma chegou à Câmara Federal. Vamos estudar, o nosso partido está trazendo especialistas para poder abordar todos os pontos. Eu vejo como uma crueldade com o produtor rural, francamente não vi com bons olhos porque é uma profissão desgastante, é uma profissão que exige muita dedicação, e é uma dedicação que você não tem hora, é de madrugada… a todo o momento o produtor rural tem que estar pronto para exercer sua atividade”, destaca a tucana.
Já o deputado federal Alan Rick (DEM) disse que é preciso fazer “uma série de análises acerca de algumas aposentadorias especiais como o agricultor, o pessoal da segurança pública, tudo isso tem que ser avaliado com muito carinho e podem ter certeza o Brasil precisa da reforma, mas uma reforma que abrace as pessoas e garanta o futuro das próximas gerações e que traga o País de volta aos trilhos, obviamente respeitando as especificidades de algumas categorias, em especial o produtor rural”, pontua.