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Segurança: Armas e drogas que chegam ao Acre pelas fronteiras desprotegidas são os principais insumos da logística do crime, diz secretário

Em coletiva na manhã de ontem, 4, o secretário de Segurança Pública do Acre, coronel Paulo Cezar, fez um balanço das ações desencadeadas em janeiro visando reduzir os índices de violência no Acre. Ele disse que as ações preventivas das Polícias foram fundamentais à queda nos índices.

Para se ter uma ideia, em janeiro de 2019, o Estado registrou 32 mortes violentas. Dessas, 21 foram execuções, quatro em confronto com a Polícia, um por conta de rixa, dois passionais, um crime de legítima defesa, dois por motivo fútil e um crime praticado contra uma mulher, feminicídio. Em 2018, o mês de janeiro registrou 36 execuções e um total de 51 mortes. Se comparado os dois períodos, houve uma redução 37,25%.

“Algumas ações foram desencadeadas pelos órgãos que integram a Segurança Pública no Estado do Acre no sentido de minimizar a oportunidade de homicídios. A inteligência criminal identificou os locais e horários mais propícios para acontecer os homicídios. As operações destinadas à prevenção policial por abordagem prévia destinada à apreensão de armas. Houve um número de apreensão de armas de fogo bem elevado quando comparado ao longo dos anos anteriores. Consequentemente, acreditamos sim que a redução se deu, efetivamente, também pelas operações que foram desencadeadas ao longo dos dias”, completou o secretário.

Ao falar sobre as execuções ocorridas na última semana de janeiro, Paulo Cézar disse que, apesar dos crimes terem ocorrido, o tempo de resposta foi rápido, o que possibilitou a identificação dos indivíduos envolvidos e a efetuação da prisão deles.

“Na última semana de janeiro, nós tivemos na região do Segundo Distrito de Rio Branco, efetivamente, um registro um pouco mais elevado. Mas, consequentemente, em razão das operações desencadeadas estarem destinadas nas regiões onde poderiam ocorrer esses homicídios, possibilitou a prisão em flagrante. Inclusive em uma única noite todos os envolvidos foram flagranteados. Isso se dá, exatamente dessa capacidade de antecipação”, pontuou o chefe da Segurança Pública do Acre.

Legislação branda e fronteiras sem investimentos

Paulo Cezar frisou que o Brasil tem uma legislação branda, o que permite o sentimento de impunidade. Ele destaca que aliado a isso, outro agravante se destaca nesse cenário: a falta de investimentos nas áreas de fronteira. Ele pontou que as fronteiras oeste e noroeste do País tornaram-se rotas do tráfico de armas e drogas que alimentam os grandes centros, como Rio e São Paulo.

“O Brasil, hoje, apresenta os maiores indicadores de violência no mundo. A fronteira oeste e noroeste do País é a principal porta de entrada, não só de entorpecentes e de armas. A fragilidade do controle de fronteira, que é da União, contribui. Paralelo a isso temos uma legislação extremamente branda que impede o cumprimento de pena mais eficaz, permite, inclusive, nos crimes hediondos, com violência, uma progressão de pena em caráter brando e, principalmente, não permite uma antecipação efetiva aos crimes. É através da fronteira que chega a arma e os entorpecentes, estes são os principais insumos da logística do crime”, apontou Paulo Cezar.

FOTO/ ASCOM PMAC
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