O deputado estadual Daniel Zen (PT), após a visita da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina Corrêa Dias, ocorrida na última sexta-feira, 22, questionou a possibilidade do Acre se tornar produtor de soja. Para o parlamentar, esse modelo de agronegócio não trará vantagem econômica para os acreanos, tendo em vista que trata-se de uma atividade que não gera emprego e renda, e nem inclusão social.
“Se são atividades que não trazem tanta vantagem econômica, não geram tantos empregos, não distribuem renda, não promovem inclusão social, não contribuem para a redução das desigualdades, não geram tantas receitas para o Estado e ainda degradam o meio-ambiente, de que cabeça mirabolante veio à ideia de que o agronegócio é a salvação econômica para o Acre?”, questionou ao pontuar ainda que a única região propícia ao plantio da soja é o Alto Acre.
“No Acre, a única região propícia ao plantio da soja é o Alto Acre, por conta do solo que, além de fértil ao plantio, deve ser rígido o suficiente para aguentar o peso das colheitadeiras. Além disso, para que ela – a soja – seja rentável, demanda grandes extensões de terra plantada. Naquela região, isso se aplicaria a apenas uma dúzia de propriedades e seus respectivos proprietários, que todo mundo sabe quem são”, comentou.
O petista lembrou ainda que a “a cultura da soja é toda mecanizada, desde o plantio a colheita, portanto, gera pouco emprego, pois demanda pouca mão de obra”.
Disse mais: “A soja, como toda commoditie, tem sua produção destinada à exportação. As commodities, quando exportadas, são isentas de tributos como ICMS e IR. Logo, o Estado arrecada muito pouco com tal atividade. Por isso que, recentemente, Goiás e Mato Grosso, ambos estados eminentemente focados no agribusiness, decretaram calamidade financeira: concentraram todas as suas energias no agronegócio, esquecendo de diversificar a sua matriz de desenvolvimento”.
Outro ponto observado pelo deputado diz respeito ao aspecto ambiental. O parlamentar afirma que trata-se de atividade que degrada o solo e o meio-ambiente de maneira mais veloz que a pecuária, além de fazer proliferar pragas e desequilibrar os ecossistemas”.
Por fim, Zen salienta que “de certo que é um vetor econômico importante, em uma matriz de desenvolvimento de um Estado com vocação agrícola como o nosso. Mas não é e nem nunca será – com perdão do trocadilho – a salvação da lavoura. A agricultura familiar gera muito mais emprego do que o agronegócio. E isso que diz é o IBGE”.