Li com grande interesse a reportagem da Bruna Mello intitulada “Pacientes sofrem com superlotação e falta de medicamentos no Huerb”, publicada na edição dos dias 24 e 25 de março deste ano, no Jornal A GAZETA. São claros os problemas apontados como superlotação, falta de medicamento e insumos. Não há enfermeiros e auxiliares suficientes para cuidar dos pacientes nas enfermarias; o sistema depende dos familiares e amigos para apoiar o processo 24 horas por dia. É exaustivo tanto para as famílias quanto para os trabalhadores de saúde e pode levar ao desânimo generalizado.
Mesmo com estes problemas e limitações existe pelo menos um lugar de classe A dentro do Huerb: a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Desde 12 de dezembro de 2018 até poucos dias atrás fiz mais de 80 visitas à UTI e observei médicos, enfermeiros e auxiliares da UTI que estavam cuidando de um amigo acidentado. Neste período, eu conversei com quinze médicos diferentes, alguns com quem me reuni mais de vinte vezes. Vi os médicos, enfermeiros e auxiliares muitas vezes exaustos e emocionalmente cansados, mas em todos os momentos com dedicação e atenção para fazer o melhor possível. Tive a experiência de trabalhar um pouco em prontos socorros nos EUA. O que vi na UTI do Huerb foi no nível ou melhor do que vi lá.
Dentro da crise que está afetando a saúde pública, em geral, e o Huerb, em particular, existem algumas luzes que servem como exemplos para seguir. Nestes últimos três meses, a UTI foi uma destas luzes que salvou a vida do meu amigo. Agradeço a todos que contribuíram para que isso acontecesse.
*Foster Brown