A malária continua sendo uma preocupação das prefeituras acreanas. Cruzeiro do Sul, por exemplo, registrou de 1° de janeiro a 26 de março 1.446 casos. Mesmo com esse número expressivo de casos, houve uma redução de 69%, isso porque em 2018, nos primeiros 85 dias, o município notificou 4.738 casos da doença.
No geral, levando em conta os 365 dias do ano, o “malariômetro”, que faz uma escalada ao longo dos anos, desde 2013, aponta que naquele ano 19.721 casos foram registrados. No ano seguinte, 2014, o número reduziu: 17.188casos. Já em 2015 foram 13.820.
Apesar de 2014 e 2015 apresentarem reduções significativas, o ano de 2016 registrou 18.881 e 2017 alcançando os 21.001 registros da malária. Já em 2018 foram 12.876. Percebe-se que de 2013 a 2018 houve oscilação nos registros.
A coordenadora de Vigilância Entomológica, Muana da Costa Araújo, disse que, a partir da municipalização da Saúde referentes ao controle da malária, as ações passaram a ser voltadas para as localidades de maior incidência da doença.
“Cruzeiro do Sul passou a trabalhar de forma diferente, focando nos pontos quentes, onde enxergamos que tem o maior número de casos. Então, a gente começa a trabalhar em cima daquela localidade”, diz a coordenadora.
Muana Araújo explicou os motivos que levam a números expressivos da malária no Vale do Juruá, especificamente em Cruzeiro do Sul, onde ela atua. Ela destaca que o clima quente e úmido da região colabora para o desenvolvimento do mosquito do gênero Anopheles.
“Com relação à malária, a gente sabe que a região Amazônica é extremamente propícia ao desenvolvimento do mosquito. Consequentemente, quando a gente tem um parasita que é levado de um hospedeiro para outro, através do mosquito, acabamos por, de certa forma, ter uma colaboração direta com relação à sazonalidade aqui do município. Nosso clima é propício ao desenvolvimento do mosquito. O efeito disso é que você tem uma densidade vetorial grande”, diz a coordenadora.