O Secretário de Planejamento, o Raphael Bastos, vem liderando, por sinal, com um brilhantismo invejável e digno de altos elogios e reconhecimento público, o debate de ‘meio termo’ entre ‘controle dos gastos públicos’ e ‘necessidade de injeção de otimismo’ no tocante ao retorno da capacidade de investimento do Estado do Acre e as preocupações atuais frente à oferta de ‘calor indutivo’ no seio da economia local em tempo de austeridade.
E, por dever de justiça, faz bem ressaltar, o faz com o mérito de preservar, com bom senso e inegável amparo técnico, o foco no setor produtivo e no atendimento das demandas sociais, mas sem descuidar do controle rigoroso e sustentável da relação entre receitas e despesas.
Se o Governador Gladson Cameli souber ‘arbitrar’ a relação e ligar os pontos, não tenho dúvidas, conseguirá desenhar um caminho bastante interessante e inovador caso opte por aliar os esforços da Secretaria de Planejamento com aqueles que partem dos setores mais conservadores e rigorosos do governo, como é o caso do pessoal da Secretaria de Fazenda que, por sinal, segue numa cruzada também interessante, indispensável e vital, apesar do excesso de rigor em relação ao ritmo dos próprios esforços.
Portanto, Raphael, que pode ser definido como um ‘otimista realista’, anda em perfeita harmonia com a proposta arrojada de Gladson para os acreanos.
Vejo, com bastante nitidez, lançando o olhar na direção da ‘união das duas pontas’, o surgimento de uma atmosfera relativamente otimista já nos próximos seis meses.
E vejo também como crucial – tão logo tenhamos a confirmação do início da retomada da ampliação da capacidade de pagamento e o perfeito cumprimento dos ajustes legais oriundos dos pactos firmados com o Tesouro Nacional, especialmente aqueles que envolvem gastos com pessoal e receita corrente líquida – uma reflexão honesta e republicana, em ambiente democrático, produtivo e com união de esforços, sobre a necessidade de aproveitamento, já agora, ainda que em ritmo ‘moderadamente conservador’, de tal espaço favorável para irmos harmonizando de modo sustentável a relação entre ‘controle dos gastos públicos’ e a necessidade de ‘retomada dos investimentos’, por sinal, já em visíveis e elevados e perigosos níveis de urgência.
Confesso que estou ficando otimista. Um otimista cauteloso, diga-se, mas otimista.
Sigamos! O Acre irá sobreviver aos temporais! O melhor caminho é o do meio!
Por um governo Desenvolvimentista Fiscalista! Avança, Acre!
Edinei Muniz é professor, advogado e articulista político.