“As organizações criminosas estão insatisfeitas com a garantia da lei e da ordem dentro do presídio”. A frase é do diretor-presidente do Instituto de Penitenciária do Acre (Iapen), Lucas Gomes, com relação ao protesto realizado, na quinta-feira, 14, por mulheres de presidiários.
Algumas mulheres de presos fecharam a garagem da Casa Civil, gabinete do governador Gladson Cameli, em protesto contra o que elas chamam de maus tratos aos detentos do presídio Francisco de Oliveira Conde.
As mulheres reclamam da falta de luzes nas celas, ventiladores, TV, material de limpeza, além de afirmarem que seus maridos são agredidos todos os dias.
“Não estamos pedindo nenhum direito ilegal. Isso está na portaria do Iapen, você pode verificar. Não estamos exigindo nada que não seja direito dos próprios presos. Os agentes estão abusando da autoridade dentro do prédio, isso não pode acontecer”, disse uma das manifestantes que preferiu não se identificar.
Outra mulher alega que os agentes usaram bala de borracha contra seu marido durante a troca de celas.
“Os presos estão sendo tratados como cachorros. Eles estão pedindo por socorro! Tem preso lá sendo espancado, que não recebeu visita hoje [quinta-feira, 14] por que está no corretivo. Eles só querem ser tratados como seres humanos por que estão sendo tratados como bichos”.
Em contrapartida, diretor-presidente do Iapen afirma que o manifesto foi organizado por uma organização criminosa que está insatisfeita com as mudanças feitas no presídio. A principal mudança seria a inexistência de tomadas dentro das celas, o que impossibilita o uso de aparelhos eletrônicos, sobretudo o uso de celular.
“Os novos pavilhões que estão sendo ocupados atendem a determinações do Departamento Penitenciário Nacional. São pavilhões novos, bem arejados, mas que não têm tomadas no interior das celas. Isso impossibilita que entrem aparelhos eletrônicos como ventiladores, televisores, rádios e, principalmente, celulares”.
Gomes destaca que os detentos estão insatisfeitos com a garantia da lei e da ordem dentro do complexo penitenciário.
“Estão usando os próprios familiares, que também são reféns deles, para fazer esse tipo de reivindicação”, conclui.