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Índios pedem ajuda dos deputados estaduais para evitar extinção da Sesai

Um grupo de indígenas de diversas etnias compareceuà Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) na sessão de ontem, 27, para pedir apoio dos parlamentares estaduais contra a proposta doGoverno Federal, que visa à municipalização dos serviços de saúde a indígenas, acabando com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

A medida foi recentemente anunciada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que declarou ainda que pretende incorporar os serviços destinados às aldeias a uma nova Secretaria Nacional de Atenção Primária.

Em conversa com os deputados, o grupo pontuou que a extinção da Sesai compromete ainda mais o serviço realizado nas aldeias. Segundo os índios, atualmente, eles estão sem atendimento médico e vários servidores sem receber devido à falta de repasse dos recursos para as 34 unidades de atendimento do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Acre.

Nesse sentido, o grupo pediu aos parlamentares que mobilizem a bancada federal acreana a fim de evitar que a medida seja efetivada. “Espero que os parlamentares levem a nossa mensagem ao governo federal para que eles possam se sensibilizar com a causa, pois, o nosso povo precisa da saúde indígena”, disse a representante indígena, Leticia Yawanawá.

O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) considera a medida do governo federal desastrosa. “É a primeira vez que vemos um programa ser extinto e nada ser colocado no lugar. Se voltarem para as prefeituras será desastroso. Queremos nos somar a isto e queremos que o Estado tome uma posição com relação à saúde indígena”, diz.

FOTO/ AGENCIA ALEAC

Debate em Brasília

O assunto também foi abordado na Câmara dos Deputados, em Brasília. A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) condenou a extinção e lembrou que a proposta de municipalização já testada anteriormente e não deu certo.

“A saúde indígena está abandonada. Solicitei ao Ministério da Saúde que repasse os recursos e assuma os cuidados com as comunidades das aldeias. Temos índios doentes sem atendimento, sem medicação e servidores da secretaria trabalhando sem receber. É um absurdo. O Governo Federal precisa dar atenção para essas comunidades. A Secretaria Especial de Saúde Indígena não pode ser extinta. Precisamos fortalecê-la”, disse Almeida.

 

A Gazeta do Acre: