A enfermeira Micilene Souza procurou a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, e pediu medida protetiva contra o suposto pai da filha dela, Maria Cecília, o policial federal Dheymersonn Cavalcante, que é o principal suspeito da morte do bebê.
A recém-nascida morreu em Rio Branco, na última sexta-feira, 8, por insuficiência respiratória após tomar duas mamadeiras de leite artificial e a mãe acusa o policial federal de ter premeditado tudo.
Micilene contou que fez o pedido na Deam na terça-feira, 12. “Pedi porque sei que ele vai vir atrás de mim. Talvez não agora, mas ele vem atrás. Ele está solto, a mãe dele está solta. Como eu moro na BR, ele sabe que fico sozinha, sabe da minha vida toda”, desabafou.
Assustada, Micilene disse que saiu de casa e está com medo até de atender ao telefone. “Estou em pânico, qualquer carro que para em frente da minha casa eu fico com medo. Não consigo dormir, nem comer. Ainda não tinha caído a ficha que ela [Cecília] morreu. Estava com a sensação de que a qualquer momento alguém ia trazer ela para mim de volta”, lamenta a mãe.
O delegado Martin Hessel, que comanda as investigações na capital acreana, conformou que a enfermeira fez o pedido na delegacia do interior e disse que a polícia está tentando dar celeridade nas investigações.
“Em Cruzeiro do Sul, ela foi até a delegacia e pediu medidas protetivas e está sendo acompanhada por psicólogos. Os delegados e a Polícia Civil também estão acompanhando esse caso lá, assim como nós, aqui em Rio Branco, para que o mais breve possível a gente possa esclarecer tanto para a família como para a sociedade o que ocorreu naquele dia de fato”, complementou o delegado.
Entenda o caso
O policial federal Dheymersonn Cavalcante foi conduzido à Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no sábado, 9, após a morte da suposta filha, Maria Cecília, de apenas dois meses, em Rio Branco.
Segundo a denúncia feita pela mãe do bebê à polícia, o policial e a mãe dele deram duas mamadeiras para ela, que acabou passando mal e não resistiu.
O policial federal negou qualquer envolvimento na morte da filha de dois meses e classificou as acusações como ‘absurdas’. Ele é acusado pela mãe da pequena Maria Cecília de ter premeditado a morte da criança.