É Carnaval, minha gente! Quem gosta da folia vai, certamente, estar no meio das festas, sejam elas de rua ou particulares. Mas, é preciso ficar atento a regrinhas básicas sobre limites antes de sair ligando o modo “loucão”.
Muita gente associa a festa carnavalesca à pegação. Muitos até terminam relacionamentos para aproveitar esses dias solteiros. Então, a esses e a todas as pessoas que procuram um amor passageiro, ou não, é preciso entender que “não é não”. Se a outra pessoa estiver bêbada, ficar com ela não é legal, mas sim abusivo. É crime. Portanto, não se aproveite da situação. Não force a barra.
Isso significa que não pode mão boba, não pode beijo forçado, não pode sexo sem consentimento. Parece absurdo ter que dizer isso com todas as letras, mas é que tem gente que acha isso aceitável. Não é mimimi, é respeito à vontade e ao corpo do outro.
Para o doutrinador Cleber Masson, o beijo lascivo não é considerado ato libidinoso se a vítima estiver em festas, carnavais ou na balada. Para ele, se presume que a pessoa que esteja ali não se sentirá constrangida. Já pensou só poder ir para uma festa de qualquer tipo quem estiver aberto a receber demonstrações desse tipo sem o direito de reclamar ou rejeitar?
Cruzes!
Que bom que muitas coisas mudam para melhor. Este, por exemplo, será o primeiro Carnaval com a Lei da Importunação Sexual (13.718/18) em vigor. Práticas sem o consentimento da vítima resultam em pena de um a cinco anos de prisão.
É uma questão de educação, de mudar o olhar sobre até que ponto minha vontade pode ir sem que agrida a vontade da outra parte.
Precisamos ensinar nossos filhos e filhas sobre valores e respeito, pois quando a sociedade não entende o significado da palavra “limites”, é preciso a legislação agir.
A imprensa inteira estará atenta a qualquer denúncia de importunação sexual. É uma novidade e a galerinha desavisada estará sujeita à sanção.
Carnaval é legal, gente. Todo mundo pode se divertir sem que precise parar na cadeia por “encoxar”, beijar ou “pegar” o outro de forma não consentida. Namore, paquere, fique, mas faça isso com quem vai te aceitar. Assim a festa é bem melhor.
“É uma questão de educação, de mudar o olhar sobre até que ponto minha vontade pode ir sem que agrida a vontade da outra parte”
* Brenna Amâncio é jornalista.
E-mail: brenna.amancio@gmail.com