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Mudança de finalidade do Museu dos Povos Acreanos pode afetar relações com o Banco Mundial

Mudança de finalidade do Museu dos Povos Acreanos pode afetar relações com o Banco Mundial

O advogado Ednei Muniz levantou uma questão importante a respeito do Museu dos Povos Acreanos, que está com 80% das obras concluídas. Com a notícia que o espaço será sede da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), Muniz destaca que a mudança pode acarretar prejuízos financeiros e de relação com o Banco Mundial.

“Com 80% das obras concluídas, não creio que o Banco Mundial aceite assim tão facilmente a proposta de alteração da finalidade da obra do Museu dos Povos Acreanos. Se não fizerem o certo podem acabar criando problemas contratuais com o BID, que é o financiador do empreendimento”, escreveu ele.

Nesse sentido, Ednei Muniz defendeu uma consulta pública para saber da população acreana o que pensa a respeito do assunto. “Tal consulta seria, eu diria, uma iniciativa, além de razoável, bastante coerente com o ‘espírito’ do novo governo”, diz ele.

A GAZETA foi às ruas ouvir a população. A acadêmica de enfermagem Sarah da Silva, 20 anos, disse não concordar com a mudança. Ela acrescenta que o espaço que abrigou o Colégio Meta é histórico.

“Creio que seja uma perda lamentável, afinal, uma sede administrativa pode ser construída em qualquer lugar, e, neste caso, o espaço é formidável para um museu, já que se trata de um prédio histórico. Possibilitando assim armazenar peças históricas que ajudam a contar a história do povo acreano para suas futuras gerações”, diz a estudante.

Já o repórter fotográfico Alexandre Noronha disse que o Museu dos Povos Acreanos seria um importante espaço de memória para os acreanos e para quem busca o Estado para conhecer sua cultura.

“Não sei se a verba estava garantida para o Museu, que acho que estava. Eu acharia mais importante o Museu. E fiquei meio decepcionado quando soube que não seria mais”, destaca.

O secretário de Infraestrutura, Thiago Caetano, disse na última sexta-feira, 1º, que o espaço ocupará a sede da Seinfra, mas o local preservará a memória do histórico colégio da capital acreana, além de ajudar o Estado a economizar recursos. “A utilização desse espaço vai servir para não pagarmos um alto preço nos aluguéis de algumas instituições”, pontuou.

Mudança de finalidade do Museu dos Povos Acreanos pode afetar relações com o Banco Mundial

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