Familiares e mulheres de detentos interditaram nesta quinta-feira, 28, a Avenida Ceará e Rua Marechal Deodoro, no Centro, para protestar contra a mudança nos horários de visita anunciada semana passada, pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen).
Cerca de 50 familiares de detentos do presídio Francisco d’Oliveira Conde e de outras unidades participaram do protesto, que começou por volta do meio-dia e causou engarrafamento de veículos por algumas horas.
As manifestantes também pediram a exoneração do diretor-presidente do Iapen, Lucas Gomes. “Ele não tem dialogado. Mudou horários de visitas. Mudou tudo sem uma assembleia. Não entra mais cigarro, mais alimentos.”
Uma das mudanças impostas foi com relação à vítima íntima, que passou a ser a cada 15 dias. Anteriormente, esse tipo de visita era realizado toda semana.
A presidente da ONG Nas Mãos de Deus, Natânia de Pardos, disse que as medidas adotadas prejudicam os detentos, agentes penitenciários e familiares dos presos. “Fizemos uma manifestação no começo do mês alegando que proibiram a entrada de alguns itens. O governo ficou de dar uma resposta, e o que veio da Direção do Iapen foi uma nova portaria com a mudança”, afirmou.
Em nota, o diretor-presidente afirma que as mudanças visam garantir a ordem, a segurança e reduzir o fluxo dentro das unidades penitenciárias “sem ferir o direito à assistência familiar recebida pelos apenados”.
Ainda segundo Gomes, as alterações são necessárias porque garantem uma melhor fiscalização na entrada dos presídios. “Oferecem melhores condições no atendimento dos familiares e fortalecem a segurança de reeducandos, servidores e familiares”.
Essa é a segunda manifestação feita por mulheres e familiares de presos neste mês. A primeira ocorreu no último dia 14 de março, quando as manifestantes protestaram contra a falta de luzes nas celas, ventiladores, TV, material de limpeza, além de afirmarem que seus maridos são agredidos todos os dias.