Poucos dias após um site de notícias local noticiar que o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) estava sem filas, servidores da unidade voltaram a denunciar a superlotação, falta de medicamentos e falta de seringas.
Segundo um servidor que pediu para não ser identificado, na tarde desta terça-feira, 26, havia cinco pacientes da observação em macas, no corredor do hospital. Também havia macas no corredor da enfermaria cirúrgica B, onde ficam os pacientes ortopédicos.
O servidor afirmou ainda que não há caixas para despejar material perfuro cortante, que está sendo descartado em uma caixa de papelão improvisada. Medicamentos básicos, como antibióticos, e frascos para dieta enteral, que são destinados a pacientes que se alimentam por sonda, ainda estão em falta na unidade.
Outro problema relatado pelo profissional é a falta de serviço telefônico em setores como a sala de emergência clínica e farmácia.
“Gostaria de pedir sensibilização por parte dos gestores para consertar o telefone da sala de emergência clínica. Tem sido muito mais difícil e trabalhoso o plantão sem o ramal telefônico, pois, sem ele, tudo o que se precisa fazer é necessário ir pessoalmente. Agora, estamos ligando para familiares de nossos telefones pessoais. Não é difícil reativar a telefonia, que é um serviço essencial dentro de uma unidade hospitalar. É uma questão de sensibilidade administrativa”, relatou.
Outro servidor da unidade lamentou a situação e questionou: “Acabei de chegar ao Pronto Socorro e não encontrei a paz de sábado. O que houve? Falaram que a situação de falta de medicamentos, seringas, frascos para dieta iria normalizar hoje [terça-feira, 26], mas até agora nada”.
À GAZETA, o diretor do Huerb, Welber de Lima, negou a falta de seringas na unidade e disse que nos últimos dias chegou uma carreta com insumos.
Sobre o problema nos telefones e dos medicamentos, o diretor se limitou a dizer que a situação está sendo “solucionada”.
Greve geral – Vale lembrar que os servidores da saúde prometeram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir do dia 2 de abril. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac), Adailton Cruz, confirmou que a concentração será a partir das 9h, em frente à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
Cruz explica que as tratativas com a equipe do Governo do Estado estão em andamento, porém, a paralisação será mantida até chegarem a um acordo.
“Já começamos a conversar e fomos recebidos pelo governador. Estamos com a agenda em curso na Procuradoria Geral do Estado (PGE), com a comissão econômica e da Sesacre desde ontem [segunda-feira, 25]”, disse.