Após assembleia geral da categoria, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesac), Adailton Cruz, informou que a partir do dia dois de abril os serviços em Saúde serão paralisados em todo o Estado. Ele afirma que apenas serviços de urgência e emergência permanecerão funcionando, com apenas 30% previsto em lei.
“Esse período daqui para o dia 2 a gente vai visitar os municípios do Alto Acre, Baixo Acre e Juruá e mobilizando todos os trabalhadores para que a greve seja forte e uniforme e que a gente consiga impactar, já que a situação que a gente passa é complicada e precisa de resposta efetiva do governo”, ressalta.
Adailton Cruz destaca que o déficit de pessoas na Saúde Pública se aproxima de cinco mil funcionários. Ele pediu soluções urgentes para reverter o quadro em que se encontra a Saúde do Acre hoje. Entre as reivindicações estão à efetivação dos servidores do Pró-Saúde, melhor remuneração, reintegração de servidores ao PCCR, entre outras pautas importantes.
“A resposta efetiva é na parte de concurso público. O Estado tem um déficit de cinco mil trabalhadores. Precisa reforçar isso imediatamente. A gente precisa de uma resposta do governo quanto à regularização do Pró-Saúde, precisamos de respostas quanto à redução da carga horária que foi ampliada sem nenhum benefício financeiro, precisamos também que o governo decida quando e como vai reintegrar os servidores irregulares no plano de carreira. Estão há 10 anos fora do plano, sem reajuste, sem licença-prêmio, sem progressão salarial, sem sexta parte, sem férias, sem 13° salário”, destaca.
Na segunda-feira, 18, os sindicalistas se reúnem com o governador Gladson Cameli (PP). Cruz destaca que caso nenhuma decisão atenda os anseios da Saúde, a greve seguirá por tempo indeterminado.
“Se tiver avanços pode ser que no dia mesmo a gente suspenda. Se não houver respostas do governo a gente continua a greve por tempo indeterminado”, relata o sindicalista.
O estopim que faltava para que um indicativo de greve fosse acionado foi a informação que o Huerb, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o Hospital Regional de Brasileia Wildy Viana seriam terceirizados. A notícia, que ganhou destaque nos últimos dias, não tem agradado os trabalhadores em Saúde.
“Outro ponto é a proposta de terceirização que a gente não concorda. É o fim da carreira de servidor público. É uma situação que se for realizada vai entregar a estrutura e os recursos financeiros para a iniciativa privada, explorar os trabalhadores, lucrarem e ainda não melhorem a qualidade da assistência. Se ocorrer, nós ficaremos com 4 mil trabalhadores à beira da demissão porque se houver a terceirização esses trabalhadores podem ser dispensados a hora que o governo quiser”, pontua.