O cinema acreano completa 46 anos de formação, circulação e veiculação neste sábado, 16 de março. Para comemorar a data, o Serviço Social do Comércio (Sesc no Acre), em parceria com a Associação de Acreana de Cinema (Asacina) e Ecaja Filmes, realizam neste sábado, uma mostra de filmes produzidos no Acre. O evento ocorre no Sesc Centro, a partir das 19h. A entrada é franca.
O movimento de cinema acreano ganhou força com a criação do Estúdio Cinematográfico Amador de Jovens Acreanos (Ecaja), reconhecida como entidade pública em 1988 e fundada pelos cineastas Antônio Evangelista, o Tonivan, Adalberto Queiroz e Teixeirinha do Acre.
Em uma breve retrospectiva, Queiroz recorda alguns momentos que marcaram sua paixão pela sétima arte como seu primeiro curso de cinema, ministrado pela Universidade Federal de Santa Catarina, no campus do Pará.
“O maior desafio de começar a fazer cinema foi, em 1973, fazer cinema em um lugar onde os veículos de comunicação eram a rádio Difusora Acreano e o jornal O Rio Branco, não existia TV nessa época”.
O cineasta recorda os festivais nacionais e internacionais em que o cinema acreano ganhou destaque, chegando a ser convidado a participar de uma mostra de filmes no Canadá.
Ainda segundo Queiroz, o primeiro festival de cinema realizado no Acre ocorreu em 1979, quando o a dupla de cineastas Arnóbio Marques (ex-governador) e Silvio Margarido venceu o prêmio com o filme “Xadrez”.
Apaixonado por cinema, o cineasta acreano acompanhou a evolução do movimento desde a época do super 8, passando pelo VHS, até chegar na era digital.
“Entre 1982 a 1986 ficamos sem fazer nada por que foi quando saiu o super 8 do mercado e chegou uma nova tecnologia, o VHS, e nós não tínhamos dinheiro pra comprar por que era caro. Isso só veio no início de 1987”.
O primeiro filme
O primeiro filme acreano, produzido pela Ecaja, intitulado “Fracassou Meu Casamento” foi rodado no município de Brasiléia, onde o falecido deputado estadual Wildy Viana das Neves, doou um projetor gravador para produzir todos os filmes realizados em película durante a década de 70.
De lá pra cá, muitos longas acreanos ganharam destaque dentro e fora do Brasil como “Rosinha: A Rainha do Sertão”, “Marcas”, “Menina Mãe”, “Que Droga é Essa” e “Um Crime e Um Mistério”.
O cineasta destaca ainda as animações produzidas pelo ilustrador e atual presidente da Asacina, Enilson Amorim.
“Quero fazer um livro e um documentário sobre toda a trajetória do cinema acreano, que deve ser lançado no aniversário de 50 anos. O que a gente espera é que o cinema seja mais reconhecido não só como obra artística, mas como algo que ao longo dos anos contribui com os processos de ensino e aprendizado nas escolas por que a gente sempre enfoca nos filmes temas relevantes para as pessoas”, conclui o cineasta.