Inconformado com o tratamento dispensado pelo Governo do Estado à Casa Souza Araújo, localizada na BR-364, sentido Rio Branco/AC – Porto Velho/RO, um grupo de pacientes resolveu radicalizar. Nas primeiras horas de ontem, 18, eles fecharam a rodovia impedindo o tráfego entre Acre e Rondônia.
Desde agosto de 2018, os repasses não eram feitos pelo Governo do Estado à Diocese de Rio Branco para a manutenção da entidade filantrópica, que há mais de 90 anos trabalha na recuperação de pessoas com hanseníase.
Os pacientes temiam o fechamento do local que estava sendo custeado pela Diocese de Rio Branco a partir de recursos próprios e doações. Atualmente, 22 pacientes residem na Souza Araújo, mas a casa atende pacientes externos.
Após encerrarem o protesto, o Governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) emitiu uma nota. Disse que havia protocolado junto ao banco que repassa à Diocese de Rio Branco o pagamento da importância de R$ 220 mil, mas, devido aos trâmites bancários, o dinheiro deve cair na conta em três dias úteis.
O recurso atende as obras Casa de Acolhida Souza Araújo, Estrela da Manhã e Arco Íris. Além da manutenção de pessoal, que somados ultrapassam 30 colaboradores, tem a compra de insumos para tocar os projetos de piscicultura, bovinos leiteiros, suínos, tudo para consumo interno.
A parceria entre Governo do Estado e Diocese de Rio Branco com auxílio em repasses à Casa Souza Araújo é antiga. Em 1966, o então governador Jorge Kalume assinou o contrato, juntamente com bispo da Diocese de Rio Branco, Dom Giocondo M. Grotti, garantindo esse apoio.
A Igreja – O padre Jairo Coelho, administrador da Diocese de Rio Branco, informou que o repasse de R$ 220 mil não resolve o problema da Souza Araújo. Isso porque o valor repassado corresponde apenas a um mês, ou seja, outros sete ficarão em atraso. Sendo que há uma dívida com fornecedores, o montante não daria para cobrir o déficit existente.