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O sangue dos mártires continuará sendo semente dos cristãos

Queridos(as) leitores(as), passados 2.000 anos das perseguições que levavam os primeiros cristãos às arenas de Roma, as agressões e a violência contra os seguidores do Evangelho continuam presentes em grande parte do mundo neste início do século XXI. Para milhões de cristãos, a pretensão de liberdade religiosa voltou a ser motivo de conflito.

A perseguição começou com Nosso Senhor Jesus Cristo: foi caluniado, flagelado, coroado de espinhos, crucificado e morto entre dois ladrões. Antes Dele seu Precursor, João Batista, foi degolado. Logo em seguida foi Santo Estevão, apedrejado até a morte. Em seguida foi Tiago maior, morto por um dos Herodes. Pedro e Paulo morreram sob Nero e junto com eles milhares de cristãos derramaram seu sangue no Coliseu, no Circo de Nero e nos anfiteatros romanos em toda a volta do Mediterrâneo. Milhares de crianças, jovens, mulheres e velhos derramaram seu sangue para que a fé chegasse a nós.

No último domingo, os católicos voltaram a serem alvos de sangrentos e violentos atentados, desta vez foi no Sri Lanka, contra três igrejas católicas, onde celebravam a Páscoa do Senhor. Vimos as mais variadas manifestações de condolências e os chamados pela defesa da liberdade religiosa se multiplicaram no mundo em reação aos atentados.

Dor, indignação e condenação da violência, mas também grande solidariedade e proximidade às vítimas do massacre terrorista, que custou a vida a 310 pessoas.

Assim, as Igrejas cristãs do mundo e várias confissões religiosas se uniram aos apelos e orações prementes do Papa Francisco no dia em que o país asiático parou para celebrar o luto nacional.

O patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I (atual Patriarca de Constantinopla, da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa), também fez ouvir a sua voz firme de condenação de “todo ataque terrorista e atos de ódio, violência e fundamentalismo, independentemente de sua fonte”, convidando todos a cooperar “a fim de construir a coexistência pacífica e a colaboração e o respeito mútuo”.

Sabemos que Igreja defende a liberdade religiosa, a liberdade de consciência e a liberdade de expressão, como está na Constituição Federal; com respeito às pessoas que têm uma crença diferente da fé católica.

Lembrando que no Concílio Vaticano II (1965), foi emitido a Declaração “DIGNITATES HUMANAE” (DH) sobre a liberdade religiosa, onde declara desde o início que: “A pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Consiste tal liberdade no seguinte: os homens todos devem ser imunes da coação tanto por parte de pessoas particulares quanto de grupos sociais e de qualquer poder humano, de tal sorte quem em assuntos religiosos ninguém seja obrigado a agir contra a própria consciência, nem se implica de agir de acordo com ela, em particular e em público, só ou associado a outrem, dentro dos devidos limites” (n.2).

O mesmo Concílio afirmou a defesa da fé da Igreja, dizendo que: “É nossa fé que essa única verdadeira Religião se encontra na Igreja católica e apostólica, a quem o Senhor Jesus confiou a tarefa de difundi-la aos homens todos, quando disse aos Apóstolos: “Ide pois e ensinai os povos todos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a guardar tudo quanto vos mandei” (Mt 28, 19-20). (DH, n.1). Evidentemente, muitos não aceitam isso, e devem ser respeitados, mas a Igreja tem o direito e o dever de expor isso, por ordem de Cristo.

Há no Ocidente e Oriente hoje, uma verdadeira Cristofobia. Hoje, mais do que nunca, se nota uma aversão a Cristo e à Igreja Católica porque ela é fiel a Ele e a seus ensinamentos.

Com os atentados no Domingo de Páscoa, dia sagrado para nós católicos, houve uma comoção por tal barbárie e total fanatismo religioso, com mensagens vindas de algumas, das grandes autoridades mundiais.

VATICANO: O papa Francisco expressou sua “tristeza” frente a estes “graves atentados, que justo hoje, dia de Páscoa, trouxeram luto e dor a várias igrejas e outros lugares de reunião no Sri Lanka” e disse estar próximo “de todas as vítimas de uma violência tão cruel”.

ESTADOS UNIDOS: Pelo Twitter, o presidente Donald Trump enviou suas “sentidas condolências do povo dos Estados Unidos para o do Sri Lanka pelos terríveis ataques terroristas”. “Estamos prontos para ajudar!”, acrescentou Trump.

UNIÃO EUROPEIA: O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, manifestou seu “horror” e sua “tristeza”, diante desses atentados contra pessoas que “foram pacificamente à missa, ou que visitavam esse país encantador”. “Estes atos de violência neste dia sagrado são atos de violência contra todas as crenças”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

ALEMANHA: A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou a onda de atentados em igrejas e lugares turísticos no Sri Lanka e insistiu em que “o ódio religioso e a intolerância que se mostraram de maneira tão terrível hoje não devem vencer”.

Enfim, o mundo de trevas e de pecado odeia a Cristo e a Igreja, porque tornam visível o seu mal; e o mundo sem Deus não suporta isso. Assim, vemos hoje no Ocidente, outrora todo cristão, um laicismo anticristão e anticatólico como nunca vimos antes.

Rezemos pelas almas das vítimas que morreram no último domingo, para que Deus os acolha em Seu Reino, e que o sangue derramado destes Mártires do Século XXI, possam dar muitos e muitos frutos, germinando novos cristãos no mundo, testemunhando e amando Jesus, como a exemplo do jovem mártir, São José Luís Sánchez del Río (México), que disse suas últimas  palavras antes de ser fuzilado aos 14 anos, por não negar sua fé em Jesus: “Nos vemos no Céu. Viva Cristo Rei! Viva sua mãe, a Virgem de Guadalupe!” e que nosso pai São Francisco – homem da Paz, interceda para vivermos a Paz e Bem no mundo.

 

 

(*) Frei Paulo Roberto, Ordem dos Frades Menores Capuchinhos – OFM Cap.

Guardião do Convento Nossa Senhora dos Anjos em Itambacuri – MG

Colaborador do Núcleo em Formação da Fraternidade da Ordem Franciscana

Secular-OFS, na Diocese de Rio Branco – AC

Encontro todo 3º domingo do mês na Paróquia Santa Inês, às 7h.

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