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Após ato em BR, mulheres de presos fecham ruas no Centro contra mudança em visitas íntimas

Após fazerem um protesto na BR-364, próximo à Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, no início da tarde desta quarta-feira, 10, mulheres e familiares de presos fecharam três das principais vias que dão acesso ao Centro de Rio Branco, horas após o primeiro protesto.

Revoltadas por causa da mudança no horário das visitas de presos, as manifestantes bloquearam as Avenidas Ruy Barbosa, Ceará e Marechal Deodoro, na capital acreana. Elas afirmam que só vão desbloquear as vias se o diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), Lucas Gomes, for até o local para conversar com elas.

O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou, através de nota, que as manifestações ocorrem somente na capital e reforçou que as mudanças eram necessárias para o maior controle nos presídios.

“Verificou-se, inclusive, muitos relatos de familiares de que as normas estabelecidas na portaria melhoraram a entrada nos presídios, o que reduziu o longo período de espera em filas e organizou o fluxo de pessoas nas unidades durante os dias de visita”, destaca a nota.

Mulheres de presos dizem ter sido agredidas por policiais em protesto após mudança em visitas íntimas — Foto Aline Nascimento G1

Agressões

O ato é contra a portaria que determinou as visitas íntimas de 15 em 15 dias. As manifestantes afirmam que foram agredidas por policiais rodoviários federais quando estavam na BR. Uma das manifestantes, que não quis ser identificada, alega que o grupo foi atingido por spray de pimenta.

“Fomos agredidas pelos policiais da PRF. Eles chegaram lá e tinha um policial dizendo que era PRF e depois disse que era do Bope [Batalhão de Operações Especiais] e que ia chamar a tropa de choque para expulsar a gente de lá. Atacaram a gente com spray de pimenta na nossa cara, eu fui agredida por um policial, ele me xingou e me deu voz de prisão. Nós somos mães de família e merecemos respeito”, disse.

O superintendente da PRF-AC, Nelis Newton, disse que não tinha chegado nenhuma denúncia de agressão por parte dos policiais até ele.

“É muito recente, não sei se registraram alguma coisa no posto, mas, até agora, não chegou nada para mim. Vamos acompanhar a denúncia, saber se houve registro, mas, por enquanto, não há nada oficializado”, informou.

A manifestante disse que a informação de que as mudanças melhoraram dentro dos presídios não é verdadeira.

“Queremos uma resposta do Lucas [diretor-presidente do Iapen-AC], porque ele diz que as mudanças são para favorecer os presos, mas apanhar dentro do presídio, não ter médico para atendimento e ficar com fome não é melhoria”, falou.

A Gazeta do Acre: