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ARTIGO: É preciso avançar rumo aos 265 dias

Outro assunto não poderia permear o debate quanto os 100 dias de governo Gladson Cameli. Ao que parece, a caneta que nomeia não vai exonerar nenhum secretário, neste primeiro momento. A ideia é evitar desgastes com exonerações de quadros importantes e afastar os holofotes da imprensa de seu governo, neste sentido. Talvez, as trocas sejam esporádicas e sejam debitadas na conta dos ‘ajustes da administração’.

Os primeiros dois meses e meio foram conturbados. Nomeia, desnomeia. Nomeia gente enrolada com a Justiça, os mantém. Demora para acatar conselhos do Ministério Público. Mas, nos últimos 15 dias, o governo parece ter encontrado o caminho. É notável outra visão nos últimos dias. Parece que Cameli acordou do sono inicial e passou a tomar posse daquilo que o povo lhe entregou pelo voto, o direito de governar.

Caso o governador consiga melhorar áreas prioritárias como a Saúde e a Segurança Pública, seu governo tem tudo para dar certo. São pastas que mexem diretamente no emocional das pessoas. Sentimentos. Entretanto, ao que parece, a Segurança Pública segue com sua complexidade. Envolve muitos fatores, até internacionais, para que os números reduzam e cheguem a limites aceitáveis. É necessário conceder às polícias estrutura, conhecimento técnico-científico e adotar tecnologias utilizadas em outras regiões do País. É preciso humanizar os presídios, não pode ser só repressão. Observar as particularidades do Estado.

Caso se confirme a vinda de Tião Bocalom para o governo, este acerta ao aceitá-lo como força para sua base na Aleac. Não se trata da liderança do PSL querer cargos ou coisa do tipo, trata-se de um quadro experiente, tanto político quanto técnico. Enriqueceria o governo.

Quanto à contratação dos 500 novos policiais, a informação é boa. Apesar do número ser pequeno diante do déficit de 2.500 policiais. Informação essa repassada pelo próprio vice-governador Major Rocha em outra ocasião.  Penso que nesse ponto específico da Segurança, era necessário se trabalhar um diálogo permanente com o Judiciário e o Ministério Público para resguardar direitos, mas também fazer se cumprir os deveres daqueles que vivem à margem da lei.

Com relação a Infraestrutura, se faz necessário uma atenção com as rodovias estaduais. E, na parte urbana das cidades, a elaboração de um novo plano junto às prefeituras para recuperação de ruas. Corrigir algumas falhas deixadas por programas anteriores, cobrar das empresas que executaram as obras reparos. Há locais que foram feitas a drenagem, mas faltou o principal: uma central para tratar o esgoto.

No mais, que o novo governo siga acertando. Aparando as arestas. E da imprensa espere sempre a vigilância permanente dos atos. É o que a sociedade espera, também, dos fazedores de imprensa.

 

 

José Pinheiro é jornalista graduado pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e atua na imprensa desde 2012. 

 

 

 

A Gazeta do Acre: