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“Mercadoria parada na estrada é prejuízo”, diz Acisa sobre interdição da BR-364

O protesto dos moradores do distrito da Ponta do Abunã, em Porto Velho, já dura três dias. Os manifestantes fecharam, com toras de madeira e pneus, um trecho da BR-364 próximo à Extrema, no km 1.042, na última terça-feira, 9, em protesto contra a falta de transporte escolar na região.

Autoridades de Extrema tentaram negociar com os moradores, mas não tiveram sucesso, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A proposta da prefeitura era normalizar o serviço a partir da próxima segunda-feira, 15. A polícia também tentou negociar com os moradores, mas sem êxito.

A Justiça Federal de Rondônia determinou, na tarde de quarta-feira, 10, a desobstrução da rodovia. Na decisão, segundo a juíza federal substituta, Grace Anny de Souza Monteiro, o bloqueio da rodovia causa graves consequências de ordem econômica .

“O bloqueio de rodovias, da forma que vem sendo realizado, afronta outros direitos, causando graves consequências de ordem econômica e ao próprio funcionamento regular do país, sendo que a BR 364 é o principal acesso ao Estado do Acre”, diz o texto.

A magistrada destaca que tem havido coação por parte de líderes do movimento para que as pessoas permaneçam no local, a fim de não enfraquecer o movimento.

“Não é ilícito se manifestar pacificamente, como, ao que consta, vem ocorrendo, contudo, seus participantes não podem impor a participação de todos mediante coação, bem como dificultar a circulação do tráfego local, de modo a autorizar somente a liberação de veículos de pequeno porte, obstando a passagem de veículos de carga, tampouco por em risco a segurança daqueles que trafegam no local”, diz a magistrada.

 Prejuízo econômico

A consequência econômica citada pela juíza em sua decisão já é sentida pelos representantes de entidades ligadas ao comércio, como a Associação Comercial do Acre (Acisa), em Rio Branco.

O presidente da Acisa, Celestino Bento, afirma que qualquer tipo de interdição nas rodovias prejudica o comércio em geral. Apesar de não estimar o prejuízo, ele lamenta a situação.

“Qualquer interdição nas rodovias acaba, atrapalhando o comércio, tanto saindo como entrando. Mercadoria parada na estrada é prejuízo certo”.

Até o momento PRF-AC não soube informar se o trecho foi aberto. A última informação repassada a imprensa é de que “forças de segurança estão em deslocamento para o local”.

A Gazeta do Acre: