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“Queremos nossas terras”, gritam trabalhadores durante protesto em frente ao Incra

Diversos trabalhadores rurais interditaram por alguns minutos a Rua Santa Inês, em frente à sede da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), nesta segunda-feira, 22, cobrando solução para conflitos por posse de terras no seringal Porto Central.

Em coro, os manifestantes gritavam: “Queremos nossas terras”. O posseiro Eliudo Pio da Conceição, 39 anos, explica que cerca de 200 famílias vivem no local sob ameaça de jagunços e fazendeiros.

Eliudo destaca que os trabalhadores querem apenas a regularização de suas propriedades.

“Só queremos uma atenção do Incra. Já tivemos ameaças comprovadas de jagunços, mas, na época, tivemos pessoas do nosso lado e eles foram presos. Mas, as ameaças continuam por parte dos fazendeiros. Queremos apenas um assentamento para trabalhar em paz”, disse.

Os conflitos por terras têm se intensificado este ano na região Amazônica. No final de março, quatro agricultores, entre eles, Nemes Machado de Oliveira, de 53 anos, foram assassinados com tiros nas costas e cabeça. Além disso, dezenas de famílias foram expulsas de suas casas.

À reportagem do Jornal A GAZETA, o superintendente do Incra Acre, Sebastião Silva, explicou que a área na qual os trabalhadores estão reivindicando posse de terra é de responsabilidade do Incra Amazonas.

Silva destacou que a sede do Acre auxilia o Estado vizinho na logística, já que o seringal fica próximo ao município de Porto Acre. Porém, uma equipe trabalha em conjunto na tentativa de resolver a situação desses trabalhadores desde o ano passado.

“Conversamos com eles e vamos aguardar. Estamos aguardando um pedido da Justiça do Amazonas para encaminharmos mapas e etc. Os trabalhadores também terão que apresentar documentos das terras, para comprovar que são donos. Apesar de o Incra ser nacional, não podemos interferir no Incra do Amazonas”, explicou.

FOTO/ CONTILNET
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