“Comemorei o dia 31 de março. Não posso deixar de me orgulhar, comemorei e soltei fogos”. A fala é do vereador N. Lima (PSL) ao afirmar na sessão de terça-feira, 2, na Câmara de Rio Branco, que comemorou, no último domingo, os 55 anos do golpe militar de 1964. A ditadura, que começou em 31 de março, durou 21 anos no país, finalizando apenas em 1985.
O parlamentar polemizou ao dizer ao ler ainda algumas das mensagens postadas nas redes sociais, de pessoas favoráveis ao golpe de 64.
“Vi comemoração em todo o Brasil. Vi um monte de comemoração na internet. E separei aqui algumas mensagens postagens nas redes sociais: ‘Viva os nossos heróis, viva 31 de março’; ‘1964, o ano em que os militares livraram o Brasil do comunismo’; ‘31 de março de 1964, dia do contragolpe militar’; ‘obrigado militares por impedirem que o país virasse uma Cuba’”.
- Lima frisou também que de todas as intervenções já realizadas no país, a mais marcante, segundo ele, foi a de 1964. “Nós temos uma história de muitas intervenções, porém, a que mais marcou o povo brasileiro foi à intervenção militar”.
O oposicionista atacou ainda os movimentos de esquerda do Brasil. “Quanto aos esquerdistas, petralhas e comunistas, morram de ciúmes por não ter o que comemorar. E graças a Deus que não tem por que senão estaríamos como Cuba ou a Venezuela”, frisou.
O vereador Rodrigo Forneck (PT) também comentou sobre a data, porém, seguindo uma linha contrária ao colega de parlamento, lamentou o golpe.
Na oportunidade, o parlamentar apresentou um vídeo com relatos de pessoas que foram torturadas durante a ditadura militar.
“Assim como o vereador N. Lima, faço questão de me manifestar sobre o dia 31 de março. Obviamente, racionalmente e civilizadamente no polo oposto ao vereador N. Lima (…) lamento muito quando vejo defesa desse período, mas fico muito feliz quando vejo que não faço parte do grupo que comemora a tortura, a barbárie promovida pelo próprio Estado. Quando vejo que não estou do lado da história, desse lado da história, tenho certeza e gratidão aos meus pais e familiares por não terem me feito caminhar desse lado”.