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Sob o “toque de recolher”

Insustentável e inaceitável é o mínimo que se pode dizer da situação de insegurança a que se chegou neste Estado com as mortes que se sucedem, diariamente, e a falta de uma política de Segurança Pública eficaz para prevenir e combater essa matança.

O caso do assassinato desse motoboy que saiu para fazer o seu trabalho de entregador de pizza na região do Calafate é emblemático. Segundo consta, ele teria sido morto por ultrapassar a hora do “toque de recolher”, estabelecido pela facção criminosa que atua naquela região da cidade.

Ou seja, a situação chegou a tal ponto que são essas facções que determinam como a população deve exercer o direito de ir e vir para o trabalho, à escola e outras afazeres. E, a continuar nesse estágio, não admira que logo mais esses grupos criminosos estarão decretando também o “toque de recolher” para as próprias forças de segurança.

É verdade que essa situação não é de agora, já vem de algum tempo, desde que essas facções migraram do Centro-Sul do país para os estados da região Norte, que fazem fronteira com os países produtores e exportadores de drogas.

Só que o atual Governo ainda não se deu conta dessa realidade e não cobrou uma ação, um plano nacional abrangente para combater o mal em sua raiz, que é o narcotráfico. O vice-governador chegou a declarar que em dez dias a sociedade sentiria uma “sensação maior de segurança”. É um brincalhão. A população está sitiada, em pânico, revoltada.

A Gazeta do Acre: