O desabafo do pecuarista Jorge Moura durante encontro com produtores rurais e o governador Gladson Cameli (PP) na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), na última segunda-feira (1º) continua ecoando entre pessoas ligadas ao setor produtivo do Acre.
As críticas de Jorge Moura, que no início do governo de Gladson Cameli abriu as porteiras de sua fazenda para receber a comitiva governamental e apresentar seu plantio de soja, foram direcionadas ao secretário de Agricultura e Agronegócio Paulo Wadt. Jorge Moura disse que não se pode querer tornar o Acre em uma Rondônia da noite para o dia.
“Nós precisamos acabar com essa política de o secretário de Agricultura chegar e dizer: ‘rapaz, vocês não sabem plantar, vocês não sabem fazer isso… Por que não arrenda pro pessoal de Porto Velho?’ Ele já está proibido de entrar na minha fazenda porteira a dentro. Temos que acabar com esse negócio de rondonizar o Acre. Não precisamos de nada do governo”, disse ele.
O descontentamento com relação a política implantada pelo novo secretário também tem gerado desconforto junto ao presidente Assuero Veronez. Ele que comanda a Faeac, disse que Paulo Wadt se mantém de costas para a Federação.
“A discordância com algumas de suas ideias são evidentes. O Acre está iniciando sua produção de grãos. Estamos muito longe do nível de Rondônia, portanto, o que serve pra lá, nem sempre serve pra cá. Nós não fomos consultados sobre a indicação do senhor Paulo Wadt para a Secretaria da Agricultura”, e acrescenta: “Não houve muita disposição para ouvir a Federação. Raras foram as oportunidades disso”, acentua Assuero Veronez.
Em defesa de Paulo Wadt, o vice-governador Major Rocha, padrinho político do secretário, ressaltou que há, sim, um descontentamento de alas de dentro do PSDB com o nome de Wadt, mas acredita que nada que não possa ser ‘superado’.
“Sei que havia um desconforto no PSDB por ele ter nomeado a sócia e por ter dificuldade em chamar os integrantes do partido. Mas, nada insuperável”, disse Rocha.