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Ao contrário da Anac, agências de turismo comemoram volta da franquia de bagagens

Ao contrário da Anac, agências de turismo comemoram volta da franquia de bagagens

“Não concordamos com essa franquia de 23 kg paga”. A afirmação é do agente de viagens Thiago Cristiano sobre a possível volta da franquia gratuita de bagagens. É que a Comissão Mista da Medida Provisória do setor aéreo aprovou na quinta-feira, 25, a retomada do despacho gratuito de bagagens de até 23 kg.

Segundo a proposta, aviões com mais de 31 assentos teriam de despachar gratuitamente bagagens de até 23 kg. Já em aeronaves menores, a franquia seria de 18 kg.

Desde o final de 2016, as empresas aéreas estão autorizadas a cobrar dos passageiros o despacho de bagagens, disponibilizando apenas o direito a 10 kg de bagagem de mão.

Na época, a medida foi aprovada com a expectativa de redução dos preços das passagens, o que não aconteceu. Inclusive, a fiscalização de malas de mãos levadas a bordo foi intensificada nas últimas semanas em vários aeroportos do Brasil.

O texto da Medida Provisória segue para o plenário da Câmara dos Deputados e depois precisa ser votado no Senado até o dia 22 de maio para entrar em vigor.

“Se voltar, vai ser a melhor coisa para as agências de turismo. Só dá trabalho pra fazer e as agências não ganham nenhum centavo por isso, ou seja, as companhias aéreas lucram e colocam as agências para trabalhar mais. Mas, infelizmente ainda não está em vigor”, relata o agente.

Enquanto as agências de turismo comemoram a medida, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Ministério do Turismo e o da Economia, entre outras entidades, criticaram a aprovação do despacho gratuito de bagagens.

Para a Anac, a volta da franquia pode afastar novas empresas e investidores interessados no setor aéreo do país. A Agência também classificou a medida como um retrocesso.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) afirma que a decisão pode implicar em “riscos ao crescimento sustentável da aviação brasileira”, além de ser danosa para o mercado e para o consumidor.

Já o Ministério de Turismo, além de criticar a medida provisória, disse em nota que “a inclusão de emendas alterando o conteúdo original pode ter um impacto perigoso na abertura do mercado de aviação nacional e afastar empresas estrangeiras que desejam operar no país, incluindo as lowcosts. Nesta equação, a população brasileira é a grande prejudicada, uma vez que a ampliação do mercado – atendido atualmente por quatro empresas, sendo uma em processo de recuperação judicial – possibilitará o aumento de rotas com possibilidade de impacto na redução do custo da passagem aérea para os viajantes”.

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