O deputado Fagner Calegário (PV) corre o risco de perder o mandato por quebra de decoro. Pesa contra ele as insinuações de que os parlamentares da base governista estariam supostamente recebendo propina da empresa Energisa a fim de impedir a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a energia elétrica no Acre.
Ofendidos, os deputados da base estão dispostos a levar Calegário ao Conselho de Ética do Poder Legislativo.
“Não vou tolerar esse tipo de coisa. Como é que alguém faz uma declaração absurda dessas comprometendo a integridade dos demais parlamentares e do próprio Poder Legislativo”, reagiu o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nicolau Junior (PP), em entrevista a site local. “Vamos reunir a Mesa Diretora e os demais deputados para tratar desse assunto que joga o nome e a honra das pessoas na lama”, disse.
O primeiro-secretário da Aleac, deputado Luiz Gonzaga (PSDB) também comentou sobre o assunto. Ele frisou que o colega de parlamento terá que apresentar os nomes de quais parlamentares recebeu propina da Energisa. “Ele vai ter que dizer os nomes dos deputados que ele acusa de receber propina da Energisa. Não tem como ele fazer uma acusação grave como essa e a Mesa Diretora não exigir esclarecimentos”, falou.
O deputado Antonio Pedro (DEM) também condenou a fala de Calegário. “Sabemos que no calor do debate corremos o risco de extrapolar, porém, ainda assim, temos que ter responsabilidade de não fazermos acusações infundadas para não acabar colocando sob suspeição pessoas dignas e idôneas. Tem que provar o que falou”, reforçou o democrata.
Quanto a Calegário, o parlamentar nega que tenha acusado algum deputado de receber propina. “O que disse foi que deputados receberam ligações telefônicas da Energisa. Inclusive, fiquei sabendo que o advogado dessa empresa esteve lá na Assembleia Legislativa para conversar com parlamentares”, afirmou, esclarecendo que pediu cópia do vídeo de seu pronunciamento e não consta que tenha acusado ninguém de receber propina. “Não faltei com a ética e também não quebrei nenhum decoro parlamentar”.
Por fim, o deputado frisa que não teme perder o mandato. Quanto a me representarem no Conselho de Ética, o ofendido ou os ofendidos podem fazer o quê acharem melhor ou correto. Tenho certeza que o Presidente tomará a decisão certa para o caso”.