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Deputados estaduais avaliam 100 dias de governo de Gladson Cameli

Os deputados da base governista e da oposição, durante a sessão de quarta-feira, 10, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), fizeram uma avaliação dos cem dias do governo de Gladson Cameli (PP). Os discursos geraram atrito no plenário da Casa, principalmente entre parlamentares da própria base.

O deputado Neném Almeida (Solidariedade), que é da base de apoio a Gladson Cameli, rasgou elogios ao progressista, destacando a simplicidade do governador. “Temos que aplaudir nosso governador. Uma pessoa simples, acessível e que trata esse parlamento com o respeito devido. Coisa que nunca aconteceu na gestão anterior”, disse.

Em um tom mais crítico, o emedebista Roberto Duarte, que tem adotado uma linha independente na Aleac, frisou que “foram 100 dias jogados fora por uma administração que não mostrou a que veio”. Pontuou, ainda, que “os eleitores estariam arrependidos” de terem votado em Cameli.

Duarte criticou a atuação dos secretários de Estado. Segundo o parlamentar, os gestores estão dificultando o trabalho legislativo e ameaçou acionar a todos na justiça. “Se não recebermos as informações em tempo hábil, nós acionaremos a Justiça, penalizando os secretários que não prestarem informações aos representantes legítimos do povo acreano”.

O oposicionista Edvaldo Magalhães (PCdoB) também externou opinião acerca da gestão de Cameli. De acordo com o comunista, o Diário Oficial tem sido o maior opositor do atual governo. A fala do deputado faz uma referência aos atos assinados pelo governador que colocaram sua gestão em situações delicadas.

“Primeiro, nomeou um vereador para administrar o núcleo da Secretaria de Educação em Sena Madureira. O resultado foi à perda do apoio do prefeito Mazinho Serafim. Outro exemplo foi a nomeação de duas pessoas para cargos de direção na Funtac sem a mínima capacidade técnica, indo contra seu discurso de campanha ‘de colocar as pessoas certas nos lugares certos’. Sem falar nos decretos com as indicações para a Ageac e o Acreprevidência, feitas sem antes passar pelo aval da Assembleia Legislativa. Um desastre”, disse.

Magalhães, por outro lado, fez elogios ao governador, citando a disposição do progressista de ampliar o diálogo com o Parlamento e de reiniciar o processo para as nomeações nas agências reguladoras.

O líder do governo, Gerlen Diniz (PP), também se pronunciou. Em resposta ao discurso de Duarte, o progressista disse que o colega estaria à procura de “aparecer na mídia”. Alegou ainda que cem dias é pouco tempo para ser avaliar uma gestão.

“Condenar uma gestão por conta de apenas cem dias de governo é uma atitude muito pequena. Há muito a ser feito, sem dúvidas, mas não se pode negar que o governador Gladson Cameli não está colocando a Casa em ordem. Diante do desastre que foi a gestão anterior, esses primeiros cem dias serviram apenas para que ele concertasse os erros. Ainda teremos muitas ações positivas nesse novo governo”, finalizou.

Roberto Duarte (MDB)
Neném Almeida (Solidariedade)
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