A notícia de que um professor ameaçou a gestão de uma escola após ser devolvido para a Secretaria de Educação é falsa, segundo a direção da Escola Estadual Leôncio de Carvalho.
Em entrevista ao Jornal GAZETA, a diretora Rossilene Anastácio de Araújo esclareceu a situação e afirmou que a notícia que circula nas redes sociais e grupos de WhatsApp causou tumulto e medo entre estudantes e pais de alunos.
Araújo explica que o professor foi devolvido para a Secretaria, na última terça-feira, 26, porque não estava ministrando o conteúdo da sua disciplina. “Ele falava de coisas graves da vida pessoal dele, mas não estava dando aulas com o conteúdo que deveria ser aplicado”.
Após a devolução, o docente teria criado um grupo de WhatsApp com alunos da instituição para comunicar o fato, o que mobilizou alguns estudantes a protestar contra a saída do professor.
“Chegaram vários áudios e vídeos do professor conversando com os alunos. Alguns alunos estavam dizendo que iriam fazer uma manifestação para trazer o professor de volta”, relata.
A diretora conta que em um dos áudios, um estudante afirma que levaria para o protesto uma enxada, um machado e um terçado. Por esse motivo, na quinta-feira, 28, a direção pediu apoio do policiamento escolar para evitar o manifesto.
“Chamei o policiamento escolar para não deixar que acontecesse porque seria muita baderna dentro da escola. Até falamos que se fosse um manifesto organizado, eles podiam até fechar a BR-364 se quisessem, mas também falei que pra cá o professor não voltaria”, frisou.
Reunião com os pais
Diante da situação, a direção organizou uma reunião com os pais de alunos no último sábado, 30, para esclarecer os fatos e resolver o problema.
Contudo, após o encontro, uma matéria na qual dizia que “um professor estava influenciando os alunos a fazerem massacre igual à Suzano” causou tumulto na escola e deixou pais e alunos com medo.
Vale lembrar que na tragédia de Suzano, em uma escola pública de São Paulo, 10 pessoas morreram e 11 ficaram feridas, entre alunos, servidores e os próprios atiradores que tiraram suas vidas.
“Fiz a reunião com os pais, falei do acontecido e disse que um grupo de alunos queria fazer manifesto na escola. E eu disse que não poderiam fazer isso. Fui apoiada pelos pais, mas acho que alguém distorceu a conversa”, lamenta.
Com a notícia falsa, a situação piorou e nesta segunda-feira, 1º de abril, o policiamento na escola foi reforçado. Mesmo assim, alguns pais de alunos não deixaram seus filhos irem para a escola.
“O Batalhão do Policiamento Escolar estava em peso na escola por causa dessa notícia, que abalou toda a comunidade. Os pais não quiserem mandar os filhos para a escola e os que mandaram vieram me pedir explicações. Vou ter que tomar providência porque isso gerou um tumulto muito grande para a escola”, disse a diretora.
De acordo com Araújo, a escola vai registrar um boletim de ocorrência para resguardar os estudantes e servidores. Ela conta ainda que pediu apoio para a Secretaria de Educação, mas até a tarde desta segunda, 1º, ainda aguardava resposta.
“A imagem da escola que eu dirijo foi difamada por matérias mentirosas. Vou pegar todos os áudios e conversas e registrar um boletim de ocorrência com relação à escola. Nada daquela matéria é verdade”, garantiu.
Por fim, a gestora deixou uma mensagem para pais de alunos e estudantes da escola e destacou, mais uma vez, que não houve ameaças por parte do professor.
“Fiquem tranquilos porque enquanto eu for gestora, farei de tudo para preservar a vida de cada um dos alunos. O professor, em momento nenhum, me ameaçou ou ameaçou a escola. Também não houve nenhum protesto porque com a conversa que eu tive, os alunos ficaram calmos”, disse.
Em nota ao Jornal A GAZETA, a SEE informou que já tomou conhecimento da situação. Porém, o posicionamento oficial só será divulgado “a partir do momento em que o documento de devolução do professor, acompanhado de um relatório sobre possíveis dificuldades em relação ao comportamento ou desenvolvimento de suas atividades chegar à secretaria”, diz o texto.