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Governador não descarta possibilidade de retirar status de Secretaria da Polícia Civil

Foto: Gleilson Miranda/Secom]Rio Branco (Acre) Num momento histórico para a Polícia Civil do Acre, o governo do Estado realizou na manhã desta sexta-feira, 08, a formatura de 207 novos agentes e 12 novos escrivães, totalizando 219 novos policiais. A solenidade de formação aconteceu no Teatro Plácido de Castro, com a presença de autoridades e familiares, onde os novos policiais puderam citar seu juramento de comprometimento com a segurança pública do Acre. O secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, reforçou como a instituição é uma das que mais gera orgulho ao Estado, inclusive tendo hoje o posto de polícia que mais elucida crimis contra a vida no país. “Antes um perito nosso tinha que contar as facadas numa vítima de assassinato, hoje temos um scanner 3D israelense. Saímos de 70kg de apreensão de drogas para toneladas anualmente. Vocês são promotores de respeito, agentes da lei e espelhos da sociedade. Em pouco tempo estarão com a Polícia Civil incrustada em seus corações”, disse Emylson.Os 219 policiais formados foram aprovados em concurso público do Estado onde se inscreveram 20,5 mil pessoas. A formação dos novos policiais aconteceu no Centro Integrado de Ensino e Pesquisa em Segurança Pública e Justiça Francisco Mangabeira (CIEPS), de 15 de fevereiro a 30 de junho, num total de 1.200 horas aula. Agora os agentes entram imediatamente em ação e serão distribuídos em todas as regionais. Ovacionado pelos próprios agentes formados, o coordenador do curso, delegado Silvano Rabelo, reafirmou o compromisso de coragem e ainda assim espírito humanizador que um policial civil deve ter. “O trabalho de cada um de vocês será o de dar suma importância para o andamento da justiça. Dediquem-se ao máximo, porque é isso que a sociedade espera de vocês”, disse o delegado que recebeu ainda uma homenagem dos formandos.

Em conversa com a equipe do Jornal A GAZETA, o deputado estadual Roberto Duarte (MDB) relatou a reunião ocorrida entre o governador Gladson Cameli (PP) e um grupo de delegados e policiais civis, na manhã de segunda-feira, 1º. Estava em pauta a possível retirada do status de secretaria da Polícia Civil, com a nova Reforma Administrativa proposta pelo Governo do Estado.

A minirreforma, que deve ser encaminhada à Assembleia Legislativa na próxima semana, pretende, a princípio, transformar a instituição em apenas um Departamento da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Atualmente, a Polícia Civil tem status de Secretaria.

“O governador confirmou que existe a ideia de extinguir a Secretaria de Polícia Civil devido alguns problemas internos. Porém, após a conversa com os delegados e representantes dos policiais civis, e ter recebido a garantia de que já estaria tudo resolvido, o governador deu a palavra de que vai debater amplamente o assunto e que não tomará nenhuma decisão sem antes conversar com a categoria.”

A conversa entre Gladson e o grupo foi intermediada pelo emedebista, após a categoria ter ido à Aleac na manhã de segunda-feira, 1º, para pedir que os parlamentares estaduais se posicionem contrários à matéria.

Além de Duarte, participou também da reunião entre o governador e a categoria a deputada estadual Meiri Serafim (MDB).

Temerosos

O receio da categoria é que a criação de uma nova estrutura administrativa retire a autonomia do setor. Em nota, a Associação dos Delegados (Adepol) reiterou ainda que a medida do governo é um retrocesso para o Estado e que não vai de encontro com outras federações.

“Qualquer ato atentatório à autonomia e imparcialidade da Polícia Civil é um enorme retrocesso, e a possibilidade de extinção da SEPC vai na contramão de todos os movimentos nacionais de combate à corrupção e independência das Polícias Judiciárias, já adotados em vários Estados, que se inspiraram no modelo acreano”, diz trecho da nota.

A nota, que é assinada pelo presidente da entidade, delegado Cleylton Videira, e Rodrigo Noll, diretor de Prerrogativa, os delegados destacaram que “as dificuldades enfrentadas na Segurança Pública, que vem sofrendo com o descaso governamental há anos, não se resolvem diminuindo a autonomia administrativa da Polícia Civil, ou subordinando-a a uma Secretaria política”.

Diálogo

Ao comentar sobre o assunto, o governador Gladson Cameli falou que somente recuará da decisão caso a classe comprove que tem estrutura para desenvolver um trabalho em conjunto.

“O que eu quero que eles me provem é que vão trabalhar unidos. O que eu não vou admitir, o que eu não vou aceitar é que essa situação continue. Estou pronto a ouvir e para volta atrás, sem nenhum problema, mas não posso mais ter um secretário que tem problemas com a equipe por problemas internos”, falou Cameli.

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