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Governador nega que tenha forçado deputados a retirar assinatura para criação da CPI da Energisa

“A única coisa que disse foi que a CPI poderia atrapalhar o programa Luz Para Todos. Jamais pressionaria deputados. Eles têm que votar de forma livre”. A fala é do governador Gladson Cameli (PP), ao negar que teria pressionado os deputados estaduais da base governista a retirar a assinatura do requerimento para a criação da CPI da Energisa.

A afirmação do chefe do Executivo ocorreu após o deputado Cadmiel Bomfim (PSDB) retroceder na decisão de retirar a assinatura dele do documento.

Em um vídeo postado em suas redes sociais na quinta-feira, 11, o tucano disse que retirou o nome a “pedido do governador”, após um acordo feito com toda a base, porém, por não concordar com decisão, decidiu recuar.

“A pedido do governador retirei minha assinatura, assim como os demais colegas da base. Foi um acordo que fizemos para todos retirarem. Mas não me senti bem, não me senti à vontade. Fiz contra o meu gosto (…) Não dormi bem porque tomei uma decisão contra minha vontade”, disse o parlamentar, que frisou, ainda, que sua decisão em manter sua assinatura é para ficar de bem com Deus, com sua família e com o povo.

“Estou voltado atrás para ficar em paz com Deus, com o povo e comigo mesmo. Independente do acontecer comigo, vou assinar essa CPI e estarei sempre ao lado do povo. Assim vai ser meu mandato. Foi o que prometi no meu primeiro dia de mandato”, disse o parlamentar.

Cadmiel Bomfim (PSDB/ FOTO ACERVO AGENCIA ALEAC

CPI da Energia – O requerimento solicitando a instalação da CPI da Energia foi apresentado à Mesa Diretora da Aleac no dia 9 de abril. De autoria do deputado Jenilson leite (PCdoB), o pedido tem como objetivo investigar possíveis irregularidades nas contas de energia no Acre.

A princípio, todos os deputados da base governista assinaram o pedido de instalação da CPI, porém, após o líder do governo, deputado Gehlen Diniz (PP) suscitar que a CPI seria uma ação política da oposição contra o governo do Estado.

“Se fosse para investigar a empresa Energisa, eu assinaria e todos nós da bancada do governo. Mas eles querem questionar o ICMS, as alíquotas que eles mesmos estabeleceram no governo passado e então virou uma CPI contra um governo que está apenas conversando”, disse Diniz.

Gehlen Diniz lembrou que, na legislatura passada, quando a então deputada Eliane Sinhasique (MDB) levantou a bandeira da redução da tarifa de energia, e consequente tributação de ICMS, o deputado Jenilson Leite nunca demonstrou interesse em apresentar uma CPI para investigar a Eletroacre.

Com o recuo de Cadmiel, a proposta de criação da CPI chega a oito assinaturas, número suficiente para ser reapresentada no plenário da Casa.

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