Em alusão ao Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, lembrado nesta terça-feira, 2, a escola Sigma realizou uma semana de atividades de conscientização sobre o espectro autista com pais de alunos e estudantes.
Uma das atividades que marcou a bancária Janaína Leite, de 37 anos, mãe da Beatriz Leite, de 7 anos, foi a homenagem que os colegas de classe fizeram a sua filha com autismo.
“Ela recebeu várias cartinhas carinhosas. Nós ficamos maravilhados, pois em outras escolas que a Bia já estudou isso nunca aconteceu. Como ela fala pouco, não consegue expressar seus sentimentos, mas tenho certeza que ela sente esse amor”, contou.
Bia foi diagnosticada com transtorno do espectro autista com pouco mais de 2 anos de idade. De lá pra cá, o processo de adaptação e descobertas foi difícil, segundo sua mãe.
“Não foi um processo fácil. A aceitação não é tão fácil, mas com o tempo temos aprendido a lidar melhor com tudo e com o jeitinho dela. Assim, as coisas vão ficando mais tranquilas”.
Inclusão escolar
Para a bancária, a inclusão escolar é essencial no processo de tratamento das crianças com autismo, assim como da melhoria da qualidade de vida.
“Ela estar bem na escola, por exemplo, nos ajuda bastante. As crianças a aceitaram muito bem. A escola fez um trabalho com as crianças e com os pais antes da Bia chegar, então eles já estavam preparados para a chegada da amiguinha com algumas diferenças. Pra nós, é muito importante esse acolhimento”.
Leite destaca ainda que a escola privada Sigma é um exemplo a ser seguido por outras instituições de ensino. “A escola constantemente faz um trabalho junto a toda equipe escolar, as crianças e aos pais para que a inclusão aconteça de fato. Esse trabalho de inclusão, principalmente nas escolas particulares, nós pais de autistas, temos muita dificuldade de encontrar”.
Número de alunos com autismo cresce
Mesmo com as dificuldades relatadas pela bancária em relação à inclusão escolar, o número de alunos com autismo em escolas comuns tem aumentado.
Segundo dados do Censo Escolar, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de estudantes com transtorno do espectro autista que estão matriculados em classes comuns no Brasil aumentou 37,27% em um ano. Em 2017, Mais de 77 mil crianças e adolescentes com autismo estudavam na mesma sala que pessoas sem deficiência. Esse número saltou para mais de 105 mil alunos, em 2018. Os números consideram tanto alunos de escolas públicas quanto de particulares.