Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Nomeação de advogado condenado por ofensas divide opiniões; Sinjac lamenta situação

Leandrius de Freitas Muniz e Júnia Vasconcelos

A nomeação do advogado Leandrius de Freitas Muniz como assessor jurídico do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) divide opiniões entre os internautas. Muniz foi nomeado nesta segunda-feira, 22, pelo presidente do órgão, André Hassem.

A polêmica em volta da nomeação tem a ver com o fato de o advogado ter sido condenado pela Justiça por ofender a jornalista Júnia Vasconcelos, em março do ano passado, em um grupo de WhatsApp. Muniz fez comentários considerados homofóbicos e ofensivos.

Este ano, o 3º Juizado Especial Cível da Comarca de Rio Branco condenou o advogado a pagar uma indenização de R$ 10 mil pelas ofensas. A decisão é passível de recurso.

Nas redes sociais, a nomeação divide opiniões. De um lado, algumas pessoas acreditam que o fato de o advogado ter sido condenado não o impede de trabalhar.

É o caso da internauta Samara Maia, que ironizou a situação. “Ele foi condenado a pagar indenização e a nunca mais ter emprego também?”, questionou.

Outro internauta disse: “O cara já foi condenado. Agora, vida que segue”. Um jovem afirmou que a condenação e nomeação a um cargo público não podem estar relacionadas.

“Se foi empossado, certamente não havia empecilho judicial que impedisse. Errou, mereceu a condenação.”

Por outro lado, várias pessoas criticaram a nomeação do advogado. O internauta Marinilson Brito é um dos que reprovou a escolha. Ele diz que Muniz não deveria ter sido nomeado pelo governo. “Não deveria ter sido nomeado a nada. Cadê as mulheres? Não vão defender a jornalista?”.

Sinjac lamenta nomeação

O Sindicado dos Jornalistas do Acre (Sinjac), que, na época da divulgação das mensagens, repudiou a atitude que considerou antiética, covarde e homofóbica, também se manifestou sobre a nomeação.

“Mais uma vez lamentamos que o novo gestor do executivo estadual não se atenta aos que o rodeiam. Como alguém que responde processo por calúnia, difamação, entre outros ataques à honra de uma mulher, sem mencionar outras pessoas que possuem histórias surreais às atitudes do mesmo, é nomeado? Como disse, um lamento para falta de habilidade e gestão do novo governo”, afirmou o presidente do Sinjac, Victor Augusto de Farias.

Já o diretor-presidente do Imac, André Hassem, declarou que não irá se manifestar com relação a “algo pessoal” do advogado.

“Ele foi ‘portariado’ antes da condenação, em fevereiro, mas como procurador da autarquia. No entanto, a nomenclatura do cargo estava errada e por isso foi feita a renomeação dele como assessor. O que aconteceu foi fora do Imac e ele, por ser advogado, cabe a OAB se manifestar sobre isso e não ao presidente do Imac”, disse.

Sair da versão mobile