Mais uma vez, a Diocese de Rio Branco cogita fechar a Casa de Acolhida Souza Araújo, que abriga portadores de hanseníase. Isto porque o governo ainda não fez o pagamento dos repasses atrasados. A informação é do administrador da Diocese de Rio Branco, padre Jairo Coelho.
Segundo Coelho, a dívida ultrapassa R$ 1,3 milhão, sendo R$ 440 mil referentes ao ano passado.
“Existe sim a possibilidade de fecharmos as portas da Souza Araújo, já que se trata de um problema de situação pública. Nós não temos como manter o local. Está tudo em falta de novo: alimentos, curativos, insumos”, afirma.
Representantes da Diocese e do Governo do Estado se reuniram na última quarta-feira, 24, para tratar sobre o impasse. Porém, sem o repasse dos recursos atrasados, o padre afirma que serão tomadas as medidas necessárias.
No mês passado, pacientes e funcionários da Souza Araújo fecharam a BR-364 em protesto. Antes disso, os pacientes divulgaram um vídeo denunciando a falta de insumos básicos como esparadrapos, gaze, medicamentos e alimentos.
Inaugurada em 1930, milhares de hansenianos já passaram pela casa que já foi chamada de colônia e leprosário Souza Araújo.
Governo faz repasse de R$ 220 mil
No final da tarde desta sexta-feira, 26, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), efetuou o pagamento de R$ 220 mil, referentes ao mês de setembro de 2018 do convênio com a Diocese de Rio Branco.
A Sesacre informou que, em relação ao repasse de 2019, a Diocese precisa apresentar o Plano de Trabalho da entidade para realizar a assinatura de um novo convênio, seguido do pagamento.
“Já conseguimos pagar dois meses da dívida deixada pela gestão passada, quase meio milhão. Sobre o pagamento do convênio de 2019, autorizado por lei sancionado no início de abril, estamos aguardando a apresentação do Plano de Trabalho, por parte da Diocese de Rio Branco. Esta é uma exigência que precisa ser cumprida para que os repasses sejam realizados”, explicou o secretário de Saúde, Alysson Bestene.
O secretário destaca o esforço feito pela gestão para quitar todas as dívidas com a Diocese.
“Nossa intenção é pagar todas as dívidas. Temos muitas limitações, mas nosso objetivo é trabalhar em conjunto com todas as instituições, garantindo a melhoria e qualidade de vida dos pacientes internos.”