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Polícia Civil diz que motoboy foi executado e ressalta que facções disputam território no Calafate

Motoboy é morto a tiros enquanto fazia entregas em bairro de Rio Branco — Foto Arquivo pessoal

Para o delegado Martin Hessel, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não restam dúvidas que a morte do motoboy Antônio Cosme da Silva, de 25 anos, foi uma execução. O crime aconteceu em uma área de conflito entre facções rivais que buscam o domínio do tráfico na região.

“Pelo horário que foi e por saber que pouca gente se arrisca naquele horário, principalmente para fazer entregas, apesar das informações que ele era acostumado a fazer essas estregas, mas o fato que foi uma execução, não tem como descartar isso”, disse o delegado.

Martin Hessel apontou que o Estado tem buscado implantar medidas que visam atenuar a onda de crimes em Rio Branco, sobretudo. Mas, não descartou que algo mais firme deve ser feito pelo poder público com a finalidade de derrotar o crescimento de forças paralelas na região do Calafate.

“O Estado tem buscado alternativas para diminuir essas ocorrências, mas não podemos deixar de dizer que está havendo uma guerra pelo território. São duas facções que estão brigando pelo poder do tráfico e de dominar aquela região. O poder público tem sim que criar alternativas e meios para acabar com isso o mais rápido possível”, destaca.

Ao todo, de 1º de janeiro até ontem, 23, foram registrados 97 homicídios. Deste número, 66 foram em Rio Branco. Só nos 23 primeiros dias de abril foram 12 mortes na capital acreana, superior aos crimes ocorridos em 2018 para este período.

De acordo com informações da Polícia Civil, Antônio Cosme não tinha passagem pelo sistema prisional. Ele foi morto com nove tiros de pistolas 9 milímetros e .40.

A comunidade do Calafate iniciou uma campanha nas redes sociais pedindo paz. Os moradores e comerciantes não aguentam mais o avanço da criminalidade. A maioria das execuções e tentativas de assassinato são na regional.

 Manifestação – No início da tarde de ontem, 23, um grupo de motoboys fechou a Avenida Antônio da Rocha Viana, em protesto, pedindo mais segurança para a categoria. Um dos manifestantes disse que o Sistema de Segurança Pública prometeu mudanças com a nova gestão, mas o saldo de homicídios em 2019 beira os 100 casos.

Força-tarefa – No final da tarde de ontem, a assessoria de imprensa da Segurança Pública confirmou que uma força-tarefa já foi iniciada para dar suporte ao policiamento no bairro Calafate. Ação ocorrerá na região por tempo indeterminado.

“Nós nos sensibilizamos com as famílias enlutadas de pessoas que não tinham envolvimento com o crime e que, infelizmente, acabaram perdendo a vida nesse conflito. Com o aumento desses índices naquela região específica, nós desenvolvemos algumas ações iniciais e além do reforço do policiamento, vamos desenvolver ações que nos levem até os autores desses crimes que estão afetando aquela comunidade. Vamos ter o aporte das unidades especializadas e do agrupamento aéreo que estará regularmente realizando sobrevoo na tentativa de localizar pessoas que estejam cometendo crimes na região”, disse o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo Cézar.

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