A importância da educação para o bem-estar de uma nação é chave de ouro. No Brasil, embora a educação tenha mudado nas últimas décadas, ainda está longe de ser satisfatória. Há planos, projetos e discursos, mas pouca praticidade. É um país que ilude alunos, professores, enfim, engana o povo brasileiro quando não respeita educadores, paga-lhes um salário de fome e oferta aos estudantes um ensino de má qualidade. Com isso, o país fica estagnado, com elevado índice de violência e desemprego.
O Brasil se atrasou, historicamente, em relação a outros países que haviam feito seu dever de casa há muito tempo – como os EUA – ou se dedicaram intensamente à educação nas últimas décadas – com destaque para alguns países asiáticos. Estudos apontam que no começo da década atual, o número médio de escolaridade da população economicamente ativa dos países de língua inglesa, por exemplo, com destaque para os EUA, era o dobro em relação ao Brasil.
Há, no mundo, outros exemplos de países que venceram o atraso, a derrocada, com a implantação segura de eficiente política educacional. Um exemplo é a China, antes considerada como uma das nações mais atrasadas do mundo. População imensa e o ensino de baixa qualidade era responsabilizado pelo caos. Hoje, entre os 65 participantes do Pisa (exame internacional de avaliação de alunos de 15 anos de idade), a China alcançou o primeiro lugar com 556 pontos, nos testes de conhecimentos em leitura, matemática e ciências. Isso não é milagre, mas um esforço consciente de um país que deseja avançar no mundo, em termos de desenvolvimento e qualidade de vida.
O Brasil, nessa mesma pesquisa, aparece em 53º lugar entre os 65 participantes, atrás de países como Chile, Colômbia e Trinidad e Tobago. Isso representa, no cenário nacional, para os governantes, uma tragédia ou um desafio? Sabe-se que crescendo devagar, sem política sólida no campo educacional, será difícil chegar perto das nações mais desenvolvidas.
Então, o Brasil precisa avançar. E o avanço depende, também, do aumento dos recursos para a educação e da boa gestão das verbas. Até 2014, uma meta possível é a ampliação do investimento para 7% do Produto Interno Bruto (PIB). O Brasil investe na educação básica cerca de US$ 1.500 por aluno/ano. Países vizinhos como Chile e México, investem US$ 2 mil; já a Comunidade Europeia, US$ 6 mil. A gestão da educação, que vai do secretário de Estado aos profissionais das instituições de ensino, precisa ser aprimorada.
Recentemente, pesquisa realizada pela Consultoria Mc Kinsey & Company, que assessora empresas e governos, concluiu que todos os países, ricos ou pobres, localizados em qualquer canto do mundo, podem conquistar uma educação de excelência. Para tanto, eficientes políticas devem ser adotadas.
A história de nosso país tem sido demarcada pela injustiça social e pela concentração de renda, fatores que distanciam a maioria da população do acesso à educação básica e superior e, portanto, levam à desvantagem na busca do emprego e de condições melhores de vida, elementos básicos para o exercício da cidadania.
Desta forma, é fundamental garantir recursos orçamentários e financeiros crescentes para a educação, bem como manter e ampliar as políticas de universalização da educação básica, com programas como o Piso Salarial Nacional para os profissionais da esfera pública que nela trabalham e o FUNDEB.
Da mesma maneira, é preciso incentivar e consolidar o ensino profissional, aumentando significativamente a oferta de técnicos e tecnólogos, assim como manter e ampliar as políticas de incentivo às universidades públicas, centros de pesquisa e de produção de conhecimento. Para isso, é imperativo expandir as redes dessas instituições, garantindo-se a democratização do acesso, a melhoria das condições de permanência dos estudantes e a assistência estudantil.
Nesse contexto, é essencial valorizar os professores e técnico-administrativos que trabalham na educação, devidamente qualificados e, no caso de instituições públicas, contratados por concurso público.
No Brasil, as soluções caseiras ou de pouca densidade não irão modificar o melancólico quadro educacional. Convém à nação brasileira se espelhar nas soluções encontradas pelos países que se encontram à frente. Seguramente os exemplos darão novo direcionamento à educação, com políticas capazes de elevar o nível educacional da população. Crescer é preciso. Educar, uma prioridade.
Assim, espera-se que o novo Plano Nacional de Educação 2011-2020, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), em dezembro passado, agora em avaliação no Congresso, possa ser mais efetivo do que o anterior, que teve apenas um terço de suas metas cumpridas, promovendo, assim, uma aceleração no enfrentamento dos nossos desafios.
Por fim, entende-se ser imprescindível que os recursos para a educação não sejam submetidos a restrições, cortes ou contingenciamentos, ao sabor da conjuntura e de eventuais desequilíbrios tributários decorrentes da apropriação crescente da renda nacional por interesses particulares. É, portanto, dever do Governo e do Congresso Nacional garantir os recursos necessários à educação. Conclama-se, por meio desse artigo, toda a sociedade a se engajar nesta luta importante para o país. EDUCAÇÃO É PRIORIDADE Nº 1.
DICAS DE GRAMÁTICA
ESCREVE-SE JUNTO OU SEPARADAMENTE?
A BAIXO = Em oposição a alto. Ex.: Olhei-a de alto a baixo.
ABAIXO = Nos demais casos. Ex.: Procure abaixo. A casa veio abaixo.
A CIMA = Em oposição a baixo. Ex.: Olhei-a de baixo a cima.
ACIMA = Nos demais casos. Ex.: Não há nada acima dele.
AFIM = Igual, semelhante. Ex.: Temos estilos afins.
A FIM DE = para. Ex.: Saiu a fim de divertir-se.
À-TOA * = insignificante; vil; fácil. Ex.: Um homem à-toa, com uma vida à-toa.
(a toa).
À TOA = ao acaso; em vão. Ex.: Brigo à toa. Canso à toa.
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Luísa Galvão Lessa– É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da Academia Acreana de Letras.