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Artigo: Bolsonaro mexeu com a classe errada: os estudantes universitários

O anúncio de corte de 30% para as universidades públicas pelo governo federal preocupa. Milhares de jovens estudantes todo ano ingressam em algum curso superior graças às universidades públicas. Sem elas, não teriam a menor condição de trilhar uma carreira de nível superior e assim melhorar a condição de vida.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL), em cinco meses de governo, conseguiu atrair a “ira” da classe mais unida que se tem conhecimento: os estudantes. A força da massa estudantil poderá trazer a equipe de governo desgastes imprescindíveis. Não foi uma boa tentar cortar o orçamento das universidades. Aliás já é pouco para fomentar ensino, pesquisa, extensão. Precisaria fortalecer ainda mais.

Ontem, estudantes, professores e pessoal de apoio conseguiram chamar a atenção da sociedade civil para temas importantes. Foi um levante em todo o Brasil. Não foi uma manifestação qualquer, teve peso, e o governo sabe disso. Dela, pode ser ensejar uma maior contra a reforma da previdência, por exemplo, outro tema que preocupa os brasileiros.

Bolsonaro tentou amenizar, ao querer desclassificar o movimento, mas ele tem a consciência que o povo na rua faz o governo temer. Bom, pelo menos deveria. O efeito disso é impensável. Parlamentares na Câmara e no Senado já se movimentam para ouvir o ministro da Educação. O corte de orçamento nas universidades é uma pauta popular. Os deputados e senadores sabem que ir contrário é perda de voto, é ser impopular. Em tempos de rede social ninguém quer ser taxado disso. Desse modo, até aliados ao governo já não pretendem debitar essa conta em seus mandatos.

O certo mesmo é que após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), que já vinha mal das pernas, sem governabilidade, parece que piorou nos anos seguintes. Não se tem um planejamento de governo, coisas palpáveis aos brasileiros, mas, só arrocho e ameaças para conseguir o seu intento. Agora, o ministro Paulo Guedes diz que a partir de setembro o Bolsa Família pode parar, caso o Congresso não aprove um crédito suplementar. E assim, o governo pressiona os parlamentares, que pressionados pelo povo aprovam, afinal são milhões de brasileiros dependendo do Bolsa Família.

Os brasileiros esperam muito mais de seu país. Esperam dias melhores e isso passa por uma boa gestão e investimentos em Educação. Sem isso, continuaremos sendo pequenos e batendo palmas para os grandes que nos sugam.

 

José Pinheiro é jornalista graduado pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e atua na imprensa desde 2012.

 

 

 

 

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