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ARTIGO: Presos na rede

Vamos falar sobre a exposição das redes sociais? Quanto tempo essas ferramentas de comunicação tomam da sua vida? Certamente a resposta da maioria será “muito”. Não dá para fingir a importância que os aplicativos socais assumiram em nossas vidas. É fato. Praticamente todos estão ali, e os poucos resistentes são como fantasmas virtuais.

O poder das redes socais é incontestável. Até mesmo um presidente da República foi eleito apenas com campanha nesse tipo de mídia.

A ideia de colocar acessível a todos um aplicativo que te faz interagir com outras pessoas é muito boa. De repente, mesmo em outro estado, país ou continente, você consegue acompanhar a vida de alguém querido, ou quem sabe reencontrar uma pessoa que há muito tempo não se via.

No começo, muitos eram usados para apenas postar fotos de comida, de momentos importantes da vida ou até mesmo paquerar. Hoje, nós sabemos muito bem que as redes sociais vão muito além. Lá, fala-se em ideologias, temas do dia, notícias e por aí vai.

Com a facilidade de acesso a celulares e planos de internet, com um simples toque de dedo você acessa qualquer página na internet. Postar algo no Facebookou Instagram é muito simples, como todos sabem.

Não faz muito tempo, tudo isso era novidade. Hoje, é parte das nossas vidas. Novos empregos até surgiram, como os digitais influencers, por exemplo.

Contudo, tanta exposição tem se introduzido cedo demais na vida dos jovens, que se informam, na sua maioria, apenas pelos conteúdos compartilhados em redes sociais.

Certa vez, a psicóloga Claudia Correia conversou comigo justamente sobre esse assunto. Ela me contou que muitos adolescentes e, pasmem, crianças estão adoecendo por conta da exposição aos aplicativos sociais. Estão desenvolvendo transtorno da ansiedade e depressão como se já tivessem vivido o peso da vida adulta. Ouvir isso me deixou triste.

Já percebeu o quanto algumas pessoas ficam escrotas nas redes sociais? Em muitos casos, elas deixam transparecer o preconceito, o racismo, o desrespeito, a falta de caráter, a ideologia opressora, onde só a própria opinião importa. Alguns se comportam com pouca ou nenhuma humanidade.

O assunto serviu de inspiração para o roteiro do filme “Os mortos não morrem”, de Jim Jarmusch. Trata-se de uma comédia com zumbis que balbuciam “wi-fi”.

Na Malásia, esta semana, uma adolescente se suicidou após perguntar a seus seguidores no Instagram se ela deveria ou não tirar a própria vida. A jovem recebeu uma resposta positiva de 69%, então foi lá e fez.

Outro câncer que se espalha rapidamente nas redes sociais são as fakesnews. Muitas pessoas simplesmente escolhem acreditar em mentiras que viram no WhatsApp do que em um jornal de confiança.

Proteja-se das doenças espalhadas pelo mau uso dessas ferramentas. Redes sociais podem ser ótimas, um entretenimento maravilhoso, mas é preciso maturidade e, acima de tudo, saber filtrar o que não vai te contaminar. Cuide da sua saúde mental.

 

*BRENNA AMÂNCIO

A Gazeta do Acre: